O ouro fechou em baixa pelo quarto pregão consecutivo. Nesta terça-feira, 23, o metal precioso foi pressionado pela disparada dos juros dos Treasuries, que ainda reagem à indicação de Jerome Powell para um segundo mandato no comando do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Uma vez que o ouro compete com os títulos da dívida americana como porto seguro para investidores, rendimentos maiores tiram a atratividade da commodity.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro caiu 1,25%, a US$ 1.783,8 por onça-troy.
"Os preços do ouro continuaram sob pressão, uma vez que o aumento nos rendimentos continua a impulsionar o dólar, bem como a minar a atratividade do metal amarelo", comenta o analista-chefe de mercados da CMC, Michael Hewson.
Embora o índice DXY, que mede o dólar contra uma cesta de moedas fortes, recue na sessão de hoje, a divisa dos EUA está valorizada contra os pares. Como o ouro é cotado em dólares, fica mais caro e menos atrativo quando a moeda americana está apreciada.
"Um dólar ainda mais forte, rendimentos reais de títulos americanos um pouco mais elevados e a renomeação de Jerome Powell como presidente do Federal Reserve dos Estados Unidos foram suficientes para os preços do ouro e da prata reverterem o curso de alta", diz o analista Carsten Menke, do banco suíço Julius Baer, ao analisar os movimentos recentes no mercado de metais.
Para 2022, o Julius Baer vê menos riscos econômicos e prevê que a inflação vai desacelerar. Nesse cenário, o banco mantém uma visão neutra sobre a commodity, embora veja uma tendência "ligeiramente" negativa para os preços.
O Commerzbank, por sua vez, afirma que o ouro parece estar se estabilizando no momento.