Por Mark Weinraub
CHICAGO (Reuters) - A oferta de milho e soja nos Estados Unidos será maior do que o esperado devido à demanda doméstica mais fraca, disse o governo do país nesta quarta-feira.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) ainda reduziu sua previsão para as colheitas de milho e soja na importante fornecedora global Argentina, que sofreu uma seca durante grande parte da estação de cultivo, mas os cortes foram menores do que outras estimativas recentes.
Apesar do aumento na previsão, os estoques dos EUA ainda permanecem relativamente apertados, com a oferta de milho em uma mínima de nove anos e a de soja em uma mínima de sete anos. As previsões da Argentina lançaram dúvidas sobre a disponibilidade de safras em outras partes do mundo.
"O foco estava na produção argentina e, como esperado, o USDA foi conservador", disse Don Roose, presidente da U.S. Commodities. "Já vimos números mais baixos do que este".
O futuros de soja e milho caíram brevemente na Bolsa de Chicago após a divulgação do relatório do USDA antes de retornar ao território positivo.
O estoque de milho dos EUA no final do ano comercial de 2022/23 foram estimados em 1,267 bilhão de bushels, disse o USDA em seu relatório mensal de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial.
Isso foi 25 milhões de bushels a mais do que no mês anterior e veio de uma redução no milho usado para etanol.
Os estoques finais de soja foram vistos em 225 milhões de bushels, um aumento de 15 milhões de bushels em relação à perspectiva de janeiro devido a um ritmo mais lento de processamento em dezembro, após um clima excepcionalmente severo.
Analistas esperavam que o relatório mostrasse estoques de milho dos EUA em 1,266 bilhão de bushels e de soja em 211 milhões de bushels, de acordo com a média das estimativas fornecidas em uma pesquisa da Reuters.
A colheita de soja na Argentina, terceiro maior produtor mundial da oleaginosa, cairá para 41 milhões de toneladas, ante 45,50 milhões de toneladas estimadas em janeiro, informou o USDA.
A safra de milho do país sul-americano foi fixada em 47 milhões de toneladas, 5 milhões a menos do que a previsão de janeiro.
O USDA ainda manteve as projeções para a safra de soja e milho do Brasil em 153 milhões e 125 milhões de toneladas, respectivamente.
(Reportagem de Mark Weinraub)