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Petroleiras estrangeiras miram projetos de geração de energia a gás no Brasil

Publicado 22.05.2018, 16:25
© Reuters.  Petroleiras estrangeiras miram projetos de geração de energia a gás no Brasil

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - Grandes petroleiras como a norte-americana Exxon Mobil (NYSE:XOM), a britânica BP e a anglo-holandesa Shell têm avaliado com crescente interesse a possibilidade de entrar como sócias em projetos de geração de energia no Brasil para impulsionar vendas de gás ou aproveitar uma produção futura esperada em áreas do pré-sal, disseram à Reuters especialistas e uma fonte da indústria.

Com a movimentação, um leilão do governo brasileiro que contratará novas usinas de geração em agosto recebeu um recorde de inscrições de investidores com projetos de termelétricas a gás: 39 usinas, em um total de 28,6 gigawatts em capacidade, o que equivaleria a duas hidrelétricas como Itaipu, a maior do mundo em produção.

A capacidade em termelétricas cadastradas para o leilão ainda ultrapassou a de usinas eólicas, que somaram 27,1 gigawatts e têm sido tradicionalmente a fonte com maior volume de empreendimentos nas licitações dos últimos anos.

"Em 2017, foi uma boa surpresa a quantidade de investidores em empreendimentos a gás natural, e com investidores de grande porte, com as 'majors' do mercado de petróleo e gás vindo junto com os empreendedores, lastreando os combustíveis para essas térmicas. Foi uma grande surpresa e que se mantém para o leilão de 2018", disse à Reuters o superintendente de projetos de geração na estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Bernardo Folly de Aguiar.

A contratação efetiva nos leilões, no entanto, depende da demanda por energia, e o governo não divulga quantos projetos serão viabilizados para não interferir na competição.

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Aguiar não citou os nomes das empresas que podem participar do leilão, mas um executivo de uma grande petroleira estrangeira disse à Reuters que existe uma tendência geral no setor de olhar para os projetos de geração de energia no país, até com mais intensidade do que em 2017.

"Vale (SA:VALE3) para todas as companhias, para a indústria de petróleo como um todo. É um movimento óbvio e comum para todos", disse o executivo da indústria, que falou sob a condição de anonimato porque não tem autorização para conversar com jornalistas.

Os investimentos de petroleiras estrangeiras não seriam os primeiros em térmicas no Brasil, mas a atuação dessas empresas ainda é embrionária no setor de termelétricas, dominado pela Petrobras (SA:PETR4).

Em dezembro passado, a BP assinou um acordo de investimento com a Prumo (SA:PRML3) Logística para a aquisição de até 30 por cento de um projeto termelétrico da empresa no Porto do Açu, com 1,2 gigawatt em capacidade.

Já a Shell deverá fornecer gás para uma termelétrica que venceu um leilão de energia no final de 2017, a usina Vale Azul (SA:AZUL4) II, um empreendimento de 466 megawatts da Mitsubishi Hitachi Power Systems orçado em mais de 1,2 bilhão de reais.

Procurada, a Shell confirmou que "há neste momento um memorando de entendimento" para negociar o fornecimento de gás à usina Vale Azul II, que será construída no Rio de Janeiro.

A petroleira, no entanto, não quis comentar se pode se tornar sócia nessa usina ou em outro projeto de termelétrica no Brasil.

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"De maneira geral, a Shell está continuamente avaliando oportunidades de investimentos que sejam compatíveis com seus objetivos financeiros e com o seu objetivo estratégico de ampliar seu negócio de energia elétrica em todo o mundo", disse a companhia, em nota.

A Exxon não respondeu a um pedido de comentário. A BP não quis comentar.

PETROLEIRAS SE MEXEM

A busca das petroleiras por negócios no setor elétrico do Brasil vem em meio a uma grande oferta global de projetos para produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) e com a perspectiva de uma futura produção de gás associado ao petróleo em áreas do pré-sal brasileiro, disse o professor do Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEE-UFRJ), Edmar de Almeida.

"Esse é, vamos dizer, o 'plano A' das petroleiras para o gás delas no Brasil, já que a Petrobras controla os outros mercados. O que sobra para elas é tentar vender o gás para os projetos termelétricos", afirmou.

Ele disse ainda que os contratos oferecidos nos leilões de energia brasileiros, que preveem a compra a produção das térmicas a gás por 25 anos, são vistos como valiosos porque garantem uma demanda de longo prazo para o fornecedor de combustível e podem ser até utilizados como lastro para financiamentos.

"Isso para elas é muito importante, porque há muitos projetos de GNL no mundo, e elas têm dificuldade de arrumar contratos de longo prazo. Por isso o interesse crescente dessas grandes empresas internacionais, como BP, Exxon e outras", apontou.

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Além disso, muitas das petroleiras apostam no gás como uma tecnologia "de transição" entre os poluentes combustíveis fósseis e a eletricidade, que tem crescido como fonte energética até para o abastecimento de veículos, em um movimento que só deve ganhar velocidade.

"Essas empresas são muito grandes e têm muita capacidade de investimento. E estão enxergando estrategicamente um futuro com talvez uma desaceleração do mercado de petróleo, mas com potencial de crescimento no mercado de energia elétrica", disse o sócio da área de eletricidade da EY, Marcos Quintanilha.

"A maneira de as petroleiras transformarem a expertise que já têm em óleo e gás em energia elétrica é esse, geração a gás. E parece que isso está se constituindo em algo bastante interessante", adicionou.

As termelétricas a gás respondem atualmente por menos de 10 por cento da capacidade de geração elétrica instalada no Brasil, onde predominam as hidrelétricas.

Mas especialistas têm comentado que o papel do gás deve crescer na matriz, devido à dificuldade do país para avançar na construção de novas usinas hídricas e à expansão de fontes com geração variável, como os parques eólicos e solares.

(Edição de Roberto Samora)

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