Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em leve alta na sexta-feira, mas devem encerrar a semana no vermelho diante do aumento das preocupações com uma desaceleração global e possível excesso de oferta.
Às 11h35 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano subia 0,65%, a US$ 91,084 por barril, enquanto o petróleo Brent se valorizava 0,36%, a US$ 96,92, no mercado futuro. Ambas as referências podem registrar uma desvalorização de mais de 3% nesta semana.
Já o contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA caía 0,39%, a US$ 3,0154 por galão.
A forte queda nos estoques petrolíferos dos EUA na quarta-feira ajudou a gerar dois dias de ganhos nesta semana, mas o tom geral continua negativo, devido a temores de uma recessão mundial e destruição de demanda.
Essas preocupações foram provocadas por dados econômicos fracos na China, maior país importador de petróleo, no início da semana, enquanto os EUA já entraram em recessão técnica e o Banco central da Inglaterra alerta para uma desaceleração prolongada no Reino Unido, com a zona do euro não ficando muito atrás.
Pelo lado da oferta, rumores em torno da retomada do acordo nuclear com o Irã pesaram bastante nesta semana, já que o governo Biden está analisando a resposta do Irã à proposta da União Europeia.
Embora essas negociações tenham tido muitas idas e vindas no último ano, vão ao encontro do desejo do governo norte-americano de aumentar a oferta de petróleo no mercado global, a fim de baixar os preços.
A remoção das sanções do Ocidente ao Irã pode injetar mais de 1 milhão de barris por dia (mbpd) no mercado mundial.
Além disso, saíram notícias de que as exportações da Rússia aumentaram novamente em julho, chegando a países emergentes sedentos por energia, após serem rejeitadas pela Europa, EUA e Japão.
“A obstinada produção petrolífera da Rússia e um crescimento mais fraco que o esperado na demanda devem fazer com que o mercado de petróleo registre excesso de oferta durante o resto do ano e início do ano que vem”, disseram os analistas do ING, em nota, “o que deve limitar o potencial de alta dos preços”.
Com isso, o banco reduziu suas previsões para o Brent, cortando suas projeções para o terceiro e quarto trimestres de 2022 para US$ 100 e US$ 97 por barril , contra US$ 118 e US$ 125 anteriormente, ao mesmo tempo em que cortou a previsão para todo o ano de 2023, de US$ 99 para US$ 97.
O número de sondas nos EUA, calculado pela Baker Hughes, deve ser divulgado hoje, fornecendo indicações em relação à oferta futura nos EUA, enquanto os dados de posicionamento da CFTC devem dar uma ideia melhor a respeito do pensamento dos investidores.