Investing.com – Os preços do petróleo subiam em uma sessão volátil nesta quinta-feira, 27, diante de sinais de aperto na oferta dos EUA, que ajudaram a equilibrar as recentes preocupações com a desaceleração da economia do país, maior consumidor de energia do mundo.
Às 12h20 Brasília, o petróleo norte-americano avançava 0,78%, a US$ 74,83 por barril, enquanto o Brent se valorizava 0,53%, a US$ 78,12 por barril, no mercado futuro.
Segundo dados da Administração de Informações Energéticas dos EUA divulgados na quarta-feira, os estoques de petróleo no país tiveram uma queda de 5,1 milhões de barris na semana passada, após uma queda de 4,6 milhões de barris na semana anterior e abaixo da expectativa de diminuição de 1,5 milhão de barris.
O que contribuiu para o sentimento positivo nesta quinta-feira foram os comentários de Alexander Novak, vice-primeiro-ministro da Rússia e ex-ministro de Energia do país, apontando que os mercados petrolíferos estavam equilibrados.
Novak disse ainda que não havia necessidade de os membros da aliança de países produtores Opep+ realizarem novos cortes de produção neste momento, mas salientou que o cartel poderia ajustar sua política sempre que necessário.
No início deste mês, a Opep+, que abrange os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados externos sob os auspícios da Rússia, surpreendeu os mercados ao anunciar um corte de produção.
Na quarta-feira, ambas as referências do petróleo recuaram quase 4%, ficando perto da mínima de um mês abaixo do patamar de US$ 80 por barril, que é amplamente visto como o preço-alvo da Opep+.
Esse movimento de baixa se deveu a preocupações com uma desaceleração econômica nos EUA, capaz de provocar uma queda na demanda petrolífera no maior país consumidor de energia do mundo.
Essas preocupações se intensificaram na quinta-feira, quando foram divulgados dados referentes ao Produto Interno Bruto (PIB) do país, que avançou a uma taxa anual de 1,1% no primeiro trimestre de 2023, o que representa uma forte desaceleração em relação ao crescimento de 2,6% nos últimos três meses de 2022.
A previsão dos economistas era que houvesse um crescimento de 2%, o que acabou reforçando os sinais de que a agressiva elevação de juros do Federal Reserve no último ano para conter a inflação está exercendo efeito negativo sobre o crescimento.
"A ação dos preços que vimos nas últimas duas semanas sugere que a Opep+ tomou a decisão certa ao anunciar mais cortes de oferta", escreveram analistas do ING em nota aos clientes. "No entanto, nossa projeção enxerga um aperto considerável ao longo do segundo semestre do ano, o que abre espaço para que o mercado consiga empreender alta".
A expectativa é que o Banco da Inglaterra, o Banco Central Europeu e, em particular, o Federal Reserve elevem as taxas de juros nos próximos dias, arrefecendo ainda mais o crescimento econômico, o que pode acarretar uma recessão global mais tarde no ano.