Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os preços do petróleo bruto caíam no final da semana, mas ainda seguravam a maior parte de seus ganhos após uma recuperação vigorosa impulsionada pela esperança de uma melhora na demanda global no próximo ano.
Às 11h25 (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA caíam 0,4%, a US$ 45,52 o barril, enquanto o benchmark internacional Brent subia 0,8% para US$ 48,19. O Brent reagiu mais a notícias sugerindo que o grupo de produtores Opep+ concordará em adiar seu aumento de produção planejado a partir de 1º de janeiro em pelo menos alguns meses, quando os ministros se reunirem na próxima semana para revisar a situação do mercado.
A Reuters informou na sexta-feira que a Opep+ realizará conversas informais online no sábado, antes das principais reuniões da próxima semana.
O grupo está sob pressão para manter o nível atual de produção de petróleo, dada a demanda lenta e as consequências da pandemia do coronavírus. A Opep+ havia concordado anteriormente em aumentar a produção em 1,9 milhão de barris por dia em janeiro, como parte de uma flexibilização gradual dos cortes recordes de oferta com o aumento dos preços do petróleo.
No entanto, a decisão de estender os atuais níveis de produção não é de forma alguma certa, já que vários países do cartel estão tentando maximizar receita aumentando a produção. Com os preços tendo se recuperado fortemente nas últimas duas semanas, depois de declarações de uma empresa de biotecnologia após a outra sobre a eficácia de suas vacinas para a Covid-19, muitos membros agora podem se sentir incentivados a trapacear em suas cotas.
Além disso, a Opep+ terá que acomodar volumes crescentes de exportações da Líbia, que devem chegar a 1,3 milhão de barris por dia até o final do ano, e um possível aumento nas exportações iranianas no próximo ano se os EUA escolherem um caminho de reaproximação sob o nova administração do presidente eleito Joe Biden. Muitos esperam que Biden volte ao acordo apoiado pela ONU, segundo o qual o Irã concordou em interromper o enriquecimento de urânio há cinco anos.
O programa nuclear do Irã voltou a ser o centro das atenções na sexta-feira, depois que um de seus principais cientistas foi morto em um ataque armado que o governo iraniano atribuiu ao serviço secreto de Israel, o Mossad.
"Infelizmente, a equipe médica não conseguiu reanimá-lo e, há poucos minutos, esse gestor e cientista alcançou o alto status de martírio após anos de esforço e luta", disse a Reuters, citando um comunicado das Forças Armadas do Irã. A fonte da declaração é esclarecedora, visto que o Irã sempre afirmou que seu programa nuclear é apenas para fins civis.