Os contratos futuros do petróleo fecharam em queda, prolongando as perdas para três sessões seguidas, com a valorização do dólar intensificando um movimento de realização de lucros antes da reunião da Organização dos Países Produtores de Petróleo e aliados (Opep+). O movimento ocorreu mesmo após acordo provisório de última hora que evitou uma paralisação (shutdown) do governo dos EUA no curto prazo, ainda que a disputa sobre uma solução definitiva em torno de recursos para financiar a máquina pública americana siga no radar.
O barril do petróleo WTI para novembro cedeu 2,17% (US$ 1,97), a US$ 88,82 na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o do Brent para dezembro recuou 1,62% (US$ 1,49), em US$ 90,71, na Intercontinental Commodity Exchange (ICE).
O dólar forte pesou hoje nos contratos. O petróleo estava sendo negociado em níveis muito altos e já havia começado a perder impulso, "então talvez o que estejamos vendo seja um caso de realização de lucros, dada especialmente a proximidade com a reunião da Opep+ na quarta-feira", escreveu Craig Erlam, analista sênior de mercados da Oanda.
Com exceção de uma crise de abastecimento, poucos analistas pensam que os preços do petróleo acima dos US$ 100 por barril possam ser sustentados no curto prazo, segundo matéria publicada no Wall Street Journal em 30 de setembro. A maioria dos observadores do mercado acredita que os preços provavelmente ficarão perto de US$ 90 durante o resto do ano. O Goldman Sachs (NYSE:GS), otimista de longa data do petróleo, prevê um preço médio de US$ 88 por barril no quarto trimestre para o contrato do petróleo bruto nos EUA.
Os preços mais altos estão prejudicando a demanda. Os americanos estão dirigindo e voando menos, diz o JPMorgan (NYSE:JPM), em razão dos elevados preços da gasolina e do combustível de aviação. O consumo de gasolina caiu em julho, mês a mês, mais do que o normal, disse o banco, e as companhias aéreas relataram recentemente vendas abaixo das expectativas.
O crescimento da procura chinesa, impulsionada em grande parte por milhões de viajantes que voltaram a voar na medida que Pequim relaxou as restrições às viagens, também está diminuindo. O consumo de combustível de aviação quase recuperou o nível registrado antes da pandemia. E a China começou a explorar os seus próprios estoques de petróleo bruto, aumentando as operações nas refinarias e exportando mais combustível.
* Com Dow Jones Newswires