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Petróleo despenca 6% com disparada do dólar por temores da elevação dos juros

Publicado 09.05.2022, 14:38
Atualizado 09.05.2022, 15:31
© Reuters
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Por Barani Krishnan

Investing.com -- Os preços do petróleo caíram 6% na segunda-feira, quando o dólar suas máximas de 20 anos na esteira de temores quanto à elevação dos juros que castigaram o valor não só das commodities, denominadas na divisa, mas também outros ativos de risco como ações e criptomoedas.

O Brent, negociado em Londres e referência global de preços para o petróleo, recuava 5,94%, para US$ 10571 por barril às 15h25 (horário de Brasília)

O petróleo WTI, negociado em Nova York e referência do petróleo nos EUA, caía 6,22%, a US$ 102,94.

A queda apagou os ganhos de quase 6% da semana passada, tanto no Brent como no WTI, após a OPEP+, aliança de exportadores de petróleo, ter acordado na sua reunião mensal uma elevação nominal da produção de 432.000 barris por dia, que ficou muito aquém da procura de petróleo prevista para o verão do hemisfério norte.

A queda nos preços do petróleo chegam num momento em que os dirigentes do Federal Reserve debatem se a próxima elevação dos juros dos EUA deveria ser de 75 pontos base, com alguns afirmando que isso seria excessivo, enquanto outros argumentam ser necessário a fim de conter a inflação desenfreada. A última vez que o Fed subiu as taxas em 75 pontos base foi em 1994.

Os traders dos mercados monetários já precificaram uma probabilidade de 79% de um aumento de 75 bps na próxima reunião do Fed, entre os dias 14 e 15 de junho - após o aumento de 50 pbs da semana passada na sua reunião de maio, que por si só já foi o maior aumento em 20 anos.

O Fed insiste que o seu esquema de aumentos elevados dos juros não lançarão a economia dos EUA em recessão, mas os mercados não estão aceitando esse argumento por enquanto.

"O Fed parece cada vez mais beligerante no que diz respeito aos juros e isto pode abalar os ânimos, começando pelas ações e seguindo direto para o petróleo", afirmou John Kilduff, sócio fundador do fundo de hedge energética Again Capital, de Nova York.

Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA, concordou com essa visão.

"Wall Street continua sem inspiração para "comprar a queda", já que a inflação parece ter tudo para permanecer teimosamente elevada, o que irá forçar o Fed a apertar a política a níveis que ponham em risco o pouso suave que a maioria dos investidores esperava", disse Moya. "Os preços do petróleo estão diminuindo rapidamente com o crescimento dos receios de destruição da demanda, dada a situação da China em relação à Covid e o evento de retirada de risco em curso nas ações dos EUA".

Commodities à parte, as ações em Wall Street também mergulharam em virtude dos receios com a escalada dos juros na segunda-feira, com o índice Nasdaq Composite, que agrupa os principais nomes de tecnologia, como Facebook (NASDAQ:FB)(SA:FBOK34), Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), Netflix (NASDAQ:NFLX) (SA:NFLX34) e Google (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL35), atingindo uma mínima no pregão de 11.714 na segunda-feira, equivalente ao seu menor patamar em dois anos e meio. O Nasdaq já registra queda de 5% em maio, estendendo o selloff de 13% de abril. No ano, o barômetro do setor de tecnologia perdeu 25%.

Enquanto isso, o preço do Bitcoin, despencou quase 50% em relação a seu recorde de alta, pairando em torno de US$ 32.360 nas negociações de meio-dia em Nova York, contra a sua máxima recorde de novembro de US$ 68.991.

O dólar - principal beneficiário em qualquer subida dos juros dos EUA - disparou para os valores mais altos em 20 anos, com o índice do dólar, que compara a divisa dos EUA contra seis outras grandes moedas mundiais, escalando 104,12, um pico desde 2002.

Após a contratação de 3,5% em 2020 devido a rupturas forçadas pela pandemia do coronavírus, a economia dos EUA cresceu 5,7% em 2021, expandindo-se em seu ritmo mais rápido desde 1982.
Mas a inflação cresceu ainda mais. O índice de Despesas de Consumo Pessoal, um indicador da inflação norte-americana acompanhado de perto pelo Fed, aumentou 5,8% no ano até dezembro e 6,6% nos 12 meses até março. Ambas as leituras indicaram o crescimento mais rápido também desde a década de 1980.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), outra métrica chave para a inflação, aumentou 8,5% no ano até março. A leitura de abril para o IPC sai na quarta-feira, com os analistas apostando em um crescimento de 8,1% no ano a ano, embora o número real possa surpreender.

A tolerância do próprio Fed para a inflação é de meros 2% ao ano.

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