Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo avançaram na quinta-feira, dando sequência ao tom positivo do pregão anterior na esteira de um grande consumo dos estoques de petróleo bruto dos EUA além do otimismo de que os danos da variante ômicron da Covid podem ser limitados.
Às 16h (horário de Brasília), os futuros do petróleo dos EUA eram negociados com alta de 1,14%, a US$ 73,58 por barril, depois de terem ganho 2,3% na quarta-feira, enquanto o contrato do Brent subia 1,45%, para US$ 76,37, estendendo os ganhos de 1,8% do pregão anterior.
Alguns estudos do Reino Unido, sendo um da Universidade de Edimburgo e outro do Imperial College London, publicados na quarta-feira, sugerem que o número de pacientes que demandavam hospitalização em função da ômicron era nitidamente menor em relação à variante delta. Estes estudos corroboram dados anteriores da África do Sul, onde a nova variante foi descoberta.
Em conjunto aos anúncios animadores da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) e da Novavax (NASDAQ:NVAX) sobre a capacidade das suas vacinas para lidar com a variante ômicron, o apetite por risco está aumentando.
Os preços do petróleo já tinham recebido um empurrão na quarta-feira, depois de a Energy Information Administration ter divulgado que os inventários de petróleo bruto haviam diminuído 4,72 milhões de barris na semana passada, a quarta semana consecutiva de consumo. Isto sugere que, independente do que a ômicron estiver causando, a demanda do maior consumidor de petróleo bruto do mundo não está diminuindo.
Além disso, o aumento na confiança do consumidor nos EUA, os sólidos dados de encomendas de bens duráveis e a tendência dos pedidos de auxílio-desemprego, próximos dos menores níveis históricos, parecem indicar que a economia dos EUA, principal locomotiva do mundo, está crescendo de forma saudável, contrariando quaisquer preocupações com a ômicron.
"Daqui em diante, provavelmente vamos precisar de manchetes sobre a ômicron em termos de aumento de internações e mortes para que se tenha uma guinada da atual trajetória dos mercados de compra perpétua de fundos induzida pelos bancos centrais", afirmou Jeffrey Halley, analista da MarketPulse.
A previsão é que o consumo de petróleo atinja 99,53 milhões de barris por dia em 2022, contra 96,2 milhões de b/d neste ano, segundo a Agência Internacional da Energia, pouco abaixo do consumo diário de 99,55 milhões de barris em 2019.
Isto colocará o foco sobre os principais produtores, especialmente a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, para que atendam esta demanda, numa altura em que apresentam dificuldades para produzir os níveis reduzidos que haviam acordado.
"Basta Vladimir Putin decidir tirar férias na fronteira com a Ucrânia para mudar essa história", acrescentou Halley.