Investing.com – O petróleo continuava em queda na sessão desta quarta-feira, 3, e tudo indica que não deve voltar a subir até que o mercado saiba a decisão do Federal Reserve para a taxa de juros nos EUA na tarde de hoje.
Os preços do petróleo atingiram uma nova mínima de cinco semanas nesta quarta, ao despencar mais de 3% e estender as perdas de 5% registradas na sessão de ontem, horas antes de o Fomc, comitê de política monetária dos EUA, anunciar sua decisão de juros deste mês.
“A expectativa é que o ciclo de aperto monetário nos EUA termine hoje, não porque o Fed tenha sinalizado explicitamente isso, mas porque qualquer aumento adicional de juros em relação aos níveis atuais pode ter consequências indesejadas e imprevistas na economia”, declarou Craig Erlam, analista da plataforma de negociação online OANDA.
“É possível que os EUA estejam rumo a uma recessão e talvez não sejam os únicos nessa jornada, o que não é nada bom para a demanda petrolífera”.
O barril de West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova York, com entrega em junho, registrava uma queda de 4,16% a US$ 68,68 às 11h44 de Brasília.
Na perspectiva técnica, o WTI pode perder cerca de US$ 2 ou mais, embora um repique possa ocorrer antes disso, de acordo com o analista técnico Sunil Kumar Dixit, do SKCharting.com.
"Se as vendas se intensificarem, a queda no WTI pode se estender até a média móvel simples de 200 semanas a US$ 67", segundo Dixit. "Mas também há a chance de uma recuperação em direção aos níveis de US$ 71,80 a US$ 72,60, já que o mercado está bastante sobrevendido."
Já o barril de Brent, negociado em Londres, com entrega em julho, recuava 3,96%, a US$ 72,34.
Para combater a inflação, o Fed elevou os juros nos EUA em 475 pontos-base (pb) ao longo de nove reuniões de política monetária desde março de 2022. Os juros agora estão no pico de 5%, em comparação com apenas 0,25% no início da pandemia do coronavírus em março de 2020. Outro aumento de 0,25% hoje faria com que os juros atingissem um novo pico de 5,25%.
A inflação medida pelo índice favorito do Fed, o de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), registrou um aumento de apenas 4,2% no último ano até o mês de março, depois de ter atingir a máxima de quatro décadas de 6,6% nos 12 meses anteriores a março de 2022.
Apesar do arrefecimento dos preços, a inflação anual ainda é mais do que o dobro da meta do banco central dos EUA, de 2%.
O setor bancário dos EUA, enquanto isso, exibiu novos sinais de estresse nesta semana, com a aquisição do First Republic Bank. O que aumentou as preocupações geradas por uma eventual moratória da dívida do país foram os números de encomendas às fábricas e de bens duráveis, que vieram abaixo do esperado.
Ainda hoje serão divulgados os números semanais de oferta e demanda de petróleo nos EUA pela Administração de Informações Energéticas.
Analistas rastreados pelo Investing.com esperam que a agência divulgue que os estoques de petróleo tiveram um recuo de 1,100 milhão de barris na semana encerrada em 28 de abril, contra uma queda de 5,054 milhões na semana anterior.
Quanto aos estoques de gasolina, a expectativa é que o órgão cite uma queda de 1,157 milhão de barris em comparação com a queda anterior de 2,408 milhões de barris na semana até 14 de abril. A gasolina automotiva é o principal combustível consumido nos Estados Unidos.
Em relação aos estoques de destilados, a agência espera que seja registrada uma queda de 1,084 milhão de barris, contra um declínio de 0,576 milhão na semana anterior. Os destilados são refinados em óleo de calefação, diesel para caminhões, ônibus, trens e navios, bem como em querosene de aviação.