O petróleo fechou em forte baixa nesta terça-feira, 15, a segunda seguida nesta semana, e os contratos no mercado futuro de Nova York e Londres voltaram a operar abaixo da marca de US$ 100 por barril, após a disparada dos preços que seguiu a invasão da Ucrânia pela Rússia. Além da expectativa pela retomada das negociações por paz, o surto de covid-19 na China impôs incerteza sobre a demanda global e pressionou a commodity para baixo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para abril recuou 6,38% (US$ 6,57), a US$ 96,44, enquanto o do Brent para maio baixou 6,54% (US$ 6,99) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 99,91.
Em relatório, a Rystad Energy identifica o surto de covid-19 na China como principal causa para o tombo dos preços do óleo nas duas sessões desta semana. "O risco de demanda de petróleo na China é real, estima-se que um bloqueio severo no país poderia colocar em risco o consumo de 500 mil barris por dia, o que seria agravado pela escassez de combustível devido aos preços inflacionados de energia", destaca a consultoria, em relatório.
O Julius Baer, por outro lado, entende que o movimento entre ontem e hoje é um "sinal de extremo nervosismo" por parte do mercado, já que as tensões na Ucrânia seguem elevadas, na visão do banco suíço. Em pronunciamento à nação, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que as negociações por um acordo de cessar-fogo continuariam hoje, mas até agora não foi relatado nenhum avanço significativo nas conversas.
Hoje também marcou a divulgação do relatório de março da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), embora sem grande reação de investidores, uma vez que o cartel trouxe poucas novidades em relação ao documento de fevereiro ao manter suas previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), demanda e oferta de petróleo globais em 2022.
A Capital Economics, no entanto, destaca que o grupo abriu espaço para revisões por conta do atual cenário geopolítico. "Ao contrário da Opep, já prevemos que a produção russa de petróleo diminuirá este ano. E do lado da demanda, estamos menos otimistas em relação ao crescimento econômico global", ressalta a casa.