Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta terça-feira, 26, impulsionados por preocupações sobre oferta após a Polônia confirmar corte de fornecimento de gás russo ao país. O cenário se sobrepôs aos temores de que as restrições contra a covid-19 na China derrubem a demanda pela commodity, que haviam pressionado as cotações na segunda-feira.
O petróleo WTI para junho fechou em alta de 3,21% (US$ 3,16), a US$ 101,70 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para o mês de julho subiu 2,40% (US$ 2,45), a US$ 104,61 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O óleo se estabilizou na madrugada, após sofrer perdas de mais de 3% na sessão anterior. Investidores seguem com temores de que a demanda da China se enfraqueça com a atual onda de covid-19.
Vários distritos comerciais de Pequim já foram fechados, como relatado pela Associated Press, mantendo apenas serviços essenciais abertos. Em Xangai, uma nova rodada de testes para coronavírus é realizada, segundo a Associated Press.
De acordo com Edward Moya, da Oanda, os investidores aguardam os resultados dos testes em massa chineses, o que pode levar a ainda mais bloqueios. Os sinais de que o governo chinês adotará medidas para conter a desaceleração econômica, no entanto, trouxeram alívio a algumas commodities.
"O petróleo está subindo de novo à medida que os comerciantes voltam o foco para o fornecimento de energia russo e o perigo crescente de uma guerra nuclear na Ucrânia", completou Moya, em relatório enviado a clientes.
Os contratos acentuaram ganhos, mais tarde, após a imprensa da Polônia informar que a Rússia suspendeu o fornecimento de gás natural ao país. A estatal PGNiG, companhia petrolífera da Polônia, confirmou depois a informação. Já o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, afirmou nesta terça que o seu país já está conseguindo reduzir a sua dependência do petróleo russo, ao ponto de que um possível embargo total já é considerado "administrável".
Em relatório divulgado nesta terça-feira, o Banco Mundial afirmou que os preços de energia e alimentos devem seguir elevados até o final de 2024, como resultado do choque decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia. A instituição prevê que o preço do petróleo Brent ficará em uma média de US$ 100 por barril este ano, no maior nível desde 2013, mas deve moderar a US$ 92 em 2023.