O petróleo fechou em baixa de 2%, prejudicado pela valorização do dólar e em ambiente de aversão a risco após rebaixamento do rating dos Estados Unidos. Os investidores também digeriram dados de estoque norte-americanos.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 2,31% (US$ 1,88), a US$ 79,49 o barril, em seu maior recuo diário desde 27 de junho, quando registrou baixa de 2,41%. O Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em baixa de 2,01% (US$ 1,71), a US$ 83,20 o barril.
As commodities tiveram um desempenho ruim de modo geral nesta sessão, marcada pelo apetite por risco reduzido, na esteira do rebaixamento da classificação de crédito dos Estados Unidos pela Fitch.
Além disso, o petróleo é negociado em dólar, de modo que a alta da moeda norte-americana ante pares observada nesta quarta-feira tende a fazer pressão sobre a cotação da commodity.
O mercado acompanhou ainda dados do Departamento de Energia dos EUA (DoE, na sigla em inglês), que mostraram recuo nos estoques do país, corroborando os números de terça-feira do American Petroleum Institute (API).
A leitura forneceu apoio apenas pontual ao preço do petróleo, à medida que sugere uma restrição na oferta - mas não foi o suficiente para reverter as perdas no fechamento.
O analista da Oanda Edward Moya acredita que a pressão imposta pela alta do dólar será limitada, dada a melhora nos "fundamentos de oferta e demanda" pelo petróleo. "Os sinais otimistas (bullish) incluem que as exportações de petróleo bruto dos EUA estão aumentando e a demanda por petróleo bruto e destilados está subindo. Os sinais pessimistas (bearish) são de que a demanda por gasolina parece ter atingido o pico com os preços mais altos na bomba", ponderou.
A notícia da Reuters de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) não deverá ajustar sua atual política de produção quando se reunir nesta sexta-feira também esteve no radar nesta quarta-feira.