VALE3: Vale anuncia dividendos, mas gráfico aponta exaustão de alta e correção?
As estatais federais registraram deficit recorde de R$ 6,4 bilhões no acumulado de janeiro a outubro deste ano. Esse é o maior saldo negativo para as contas das empresas públicas da União da série histórica, iniciada em 2012.
O BC (Banco Central) divulgou o relatório de estatísticas fiscais nesta 6ª feira (28.nov.2025).
O saldo negativo das estatais federais aumentou 42,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 4,5 bilhões de deficit. O pico foi registrado em 2022, quando as empresas públicas federais atingiram superavit de R$ 5,3 bilhões de janeiro a outubro.
No acumulado de 12 meses, as estatais registraram um saldo negativo de R$ 8,6 bilhões.
ESTATAIS ESTADUAIS
As estatais estaduais registraram saldo negativo de R$ 694 milhões no acumulado de janeiro a outubro. Em 12 meses, o deficit foi de R$ 1,4 bilhão.
A autoridade monetária usa como base a necessidade de financiamento, que mostra se as companhias estão contribuindo positivamente para reduzir o deficit público ou exigindo mais recursos do Tesouro Nacional.
O levantamento do Banco Central exclui as estatais financeiras, o BB (Banco do Brasil), a Caixa Econômica Federal e o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômicos e Social), e a Petrobras.
Responsável por coordenar as gestões das estatais, o MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) critica a metodologia. Para a equipe técnica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os dados financeiros do BC não informam a real saúde financeira das empresas, porque não detalham números contábeis, como as receitas, os custos, os ativos, os passivos e o lucro líquido.
Por outro lado, o indicador do BC é relevante para medir o deficit das estatais pela ótica do impacto nas contas públicas e, portanto, na política fiscal do país. Quando uma estatal apresenta necessidade de financiamento, o Tesouro Nacional pode ter que cobrir a lacuna com mais dívida ou recursos arrecadados por impostos.
Um dos casos mais emblemáticos é dos Correios, que tem situação considerada “grave” pelo Ministério da Fazenda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descarta a privatização, mas avalia que será necessário um plano “consistente” para recuperar a estatal.
Os dados mais recentes mostram deterioração financeira da empresa. No 1º semestre de 2025, o prejuízo superou o resultado negativo de 2024 inteiro, quando os Correios fecharam o ano com perda de R$ 597 milhões.
