O petróleo fechou em forte alta nesta segunda-feira, 16, após uma sessão de certa volatilidade em que os contratos chegaram a cair cerca de 1%. A possível adesão de Finlândia e Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) aumenta a incerteza sobre as ações da Rússia em meio á guerra na Ucrânia, o que sustentou a alta do barril hoje. Além disso, o dólar fraco no exterior deixou o óleo mais barato e, desta forma, mais atraente a operadores que negociam com outras divisas. Apesar não ter seguido este movimento no fechamento, o contrato mais líquido do WTI chegou a superar o do Brent mais cedo, invertendo uma tendência histórica.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para junho fechou em alta de 3,76% (US$ 3,71), a US$ 114,20, e na Intercontinental Exchange (ICE), o do Brent avançou 2,41% (US$ 2,69), a US$ 114,24.
Após Suécia e Finlândia darem passos importantes para formalizar seus pedidos para entrar na Otan, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou responder em caso de expansão da infraestrutura militar da Otan. O país não se opôs, no entanto, à inclusão das duas nações. "As tensões entre Otan e Rússia aumentarão, mas Moscou não está em posição de interromper o processo", comenta a Eurasia, em relatório.
Há, porém, temores de que o governo russo corte o suprimento de fontes energéticas em retaliação. "As autoridades russas até ameaçaram cortar todas as exportações de eletricidade para a Finlândia em resposta, que representam cerca de 10% do consumo do país", destaca a Stifel.
Mais cedo, dados fracos dos setores industrial e de varejo da China puxaram um recuo de cerca de 1% do petróleo. Mas segundo o TD Securities, o temor por uma desaceleração da demanda global é mais palpável, uma vez que a principal potência asiática já registra níveis melhores de mobilidade social, após um longo período de bloqueios em grandes cidades, entre elas Xangai.
Outro assunto no radar de operadores, o sexto pacote de sanções da União Europeia (UE) sobre a Rússia, que inclui o embargo à importações de petróleo russo, segue sem garantia de aprovação, de acordo com o Alto Representante do bloco, Josep Borrell. "Faremos todo o possível para desbloquear a situação. Não posso garantir que isso acontecerá porque as posições são bastante firmes", disse o diplomata hoje, segundo informações da Associated Press.