Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta quarta-feira, em uma sessão marcada pela volatilidade. O óleo, apesar de ser pressionado pela alta do dólar, conseguiu avançar depois da divulgação da queda de estoques de gasolina e destilados nos Estados Unidos. Além disso, o mercado acompanhou as sinalizações da Alemanha de cortar a importação da commodity russa, enquanto digere a decisão de Moscou de proibir o fornecimento de gás à Polônia e Bulgária.
O petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,31% (US$ 0,32), a US$ 102,02 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mês de julho subiu 0,32% (US$ 0,34), a US$ 104,95 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Durante a manhã, o petróleo acelerou queda, em meio ao fortalecimento do dólar no exterior. Enquanto isso, investidores seguiram de olho na decisão da estatal russa Gazprom de suspender o fornecimento de gás para Polônia e Bulgária.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acusou a Rússia de usar o gás como "instrumento de chantagem". Ela garantiu que o bloco está preparado para o cenário de interrupção da oferta e busca alternativas para mitigar os efeitos da medida russa.
O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) acredita que a União Europeia manterá na pauta medidas contra o setor energético da Rússia. Um embargo completo ou parcial sobre as importações de petróleo teria um "impacto significativo" sobre os preços e poderia elevar o preço do barril do Brent para cerca de US$ 200, projeta o IIF.
De acordo com a Reuters, o ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, pretende facilitar a criação de um embargo ao petróleo da Rússia por parte da União Europeia. O ministro tenta negociar com a Polônia a possibilidade de se tornar o novo fornecedor de petróleo, no lugar da Rússia. Por outro lado, segundo Anton Siluanov, ministro das Finanças russo, a produção de petróleo de Moscou pode diminuir em 17% neste ano por causa das sanções impostas por países do Ocidente.
Mais tarde, o óleo passou a ganhar força depois da divulgação dos dados de estoques do Departamento de Energia (DoE) dos Estados Unidos. O relatório mostrou que os estoques de gasolina recuaram acima do previsto por analistas, o que indica demanda firme.
De acordo com Edward Moya, da Oanda, foi um dia agitado para os agentes do setor, com muito para digerir, "mas a principal conclusão é que os preços do petróleo provavelmente permanecerão acima do nível de US$ 100 o barril, desde que o dólar não tenha outro rali maciço".
Para o TD Securities, o petróleo oscila entre ganhos e perdas desde que a Rússia cortou os fluxos de gás natural para a Polônia e a Bulgária, o que intensificou a já profunda crise de energia na Europa e inclinou ainda mais a demanda por produtos petrolíferos.