O petróleo registrou recuo nesta sexta, 22, com investidores atentos a riscos para a demanda, como a perda de fôlego na economia da China. Além disso, o dólar se valorizou durante a sessão, o que contribui para pressionar os contratos da commodity.
O petróleo WTI para junho fechou em baixa de 1,66% (-US$ 1,72), em US$ 102,07 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 1,55% (-US$ 1,68), a US$ 106,65 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A Rystad Energy afirma em relatório que a guerra na Ucrânia, os lockdowns por causa da covid-19 na China e o avanço recente nos preços do petróleo prejudicam a demanda global pela commodity neste ano. Para a consultoria, isso tem o potencial de conter os preços. A Rystad projeta que a demanda por petróleo diminua 1,4 milhão de barris por dia neste ano, para níveis inferiores aos de 2019, e diz que ela deve não deve reagir antes de "pelo menos 2023". A invasão russa à Ucrânia e as sanções subsequentes contra as exportações da Rússia têm sustentado os preços elevados, mas isso leva a uma desaceleração econômica disseminada e afeta negativamente a demanda por petróleo, na avaliação da consultoria.
Hoje, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, citou o quadro na China como um risco de baixa na economia global. O país asiático tem perdido fôlego econômico, com sua política de lockdowns duros para conter a covid-19, em meio a sinais apenas iniciais de algum relaxamento nas restrições à circulação.
No câmbio, o dólar se fortaleceu, o que torna o petróleo, cotado nessa divisa, mais caro para os detentores de outras moedas e reduz o apetite dos investidores.
Ainda no noticiário, a Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA subiu 1 na semana, a 549. O governo americano trabalha para auxiliar a produção local a crescer, a fim de repor petróleo russo e garantir maior equilíbrio nos mercados globais.