Investing.com - Estoques acumulados nos EUA estão aumentando as preocupações com a demanda por petróleo bruto.
O petróleo West Texas Intermediate (WTI) caiu quase 2% na segunda-feira, estendendo queda de aproximadamente 5% da semana passada, maior declínio semanal do ano após atingir a maior alta em quatro meses a US$ 55,75. A baixa foi influenciada depois do encerramento de uma unidade de processamento bruto em uma refinaria de Illinois, intensificando preocupações que os estoques americanos de petróleo bruto poderiam elevar enquanto estoque de gasolina diminuiu. O WTI caiu 60 centavos, ou 1,14%, a US$ 52,13 por barril às 16:05 (horário de Brasília).
O petróleo Brent, comercializado em Londres e referência mundial da commodity, caiu cerca de 1%, à medida que as negociações comerciais entre os EUA e a China se arrastavam sem uma solução imediata à vista. Foi cotado a US$ 61,59, queda de 0,82%, após despencar 1,2% no meio da sessão.
A desvalorização do petróleo impacta nas ações da Petrobras (SA:PETR4) no Ibovespa. A PETR4 opera em queda de 1,11% a R$ 24,85, enquanto a PETR3 (SA:PETR3) perdia 0,72% a R$ 29,06.
Risco de sobreoferta
A segunda maior unidade de destilação de crude na Phillips 66 (NYSE: PSX) refinaria Wood River, que refina 330.000 barris por dia, foi atingida por um incêndio no domingo. Scott Shelton, corretor de futuros de energia da ICAP, também relatou problemas de na refinaria da Phillips 66 de Ponca City, com capacidade produtiva de 76 mil barris por dia em Oklahoma e que processa petróleo bruto que flui de Cushing, Oklahoma, o centro de armazenamento para o WTI.
Paralelamente, os dados contagem de sondas semanais de sexta-feira também pesam sobre as perspectivas de preços nos EUA, mostrando um aumento de 7 unidades - após queda de 15 unidades na semana anterior - e tendência de crescimento gradual do petróleo de xisto em território americano.
"É uma tempestade perfeita de informações pessimistas para o WTI", disse Shelton.
Depois de algumas paradas desde o Natal e nas primeiras duas semanas deste ano, com cortes na produção da Arábia Saudita e do grupo da Opep+10 - liderado pela Rússia -, os preços do petróleo entraram no ritmo de um passo para a frente e dois passos atrás.
Na sessão de sexta-feira, o petróleo bruto West Texas Intermediate ainda mantinha um ganho de 16% no ano, após uma alta de quase 19% no mês passado, a maior já registrada em janeiro. Mas os pressupostos para alta dos preço de meados de janeiro desapareceu, com ganhos modestos e quedas acentuadas mais prováveis em qualquer dia.
Impasses na luta pelo poder na Venezuela e na guerra comercial EUA-China mantiveram a recuperação. Porém, incertezas em relação ao crescimento global, a produção de xisto e a abundância de barris de petróleo presos no mar reduziram os ganhos de mercado deste ano.
No caso da Venezuela, o desafio do líder da oposição, Juan Guaido, contra o presidente Nicolas Maduro se transformou em uma crise em câmera lenta, sem resolução imediata à vista. As sanções impostas pela administração Trump à companhia de petróleo PDVSA, controlada por Maduro, tiveram impacto limitado sobre os preços do petróleo até o momento.
No caso da China, o presidente Donald Trump disse na semana passada que não planejava se encontrar com seu colega Xi Jinping antes do prazo final de 1º de março, que provavelmente aumentará de 10% para 25% as importações US$ 200 bilhões provenientes da China.
Uma nova rodada de negociações comerciais, no entanto, começou em Pequim hoje, liderada pelo vice-representante de Comércio dos EUA, Jeffrey Gerrish, e discussões de alto nível com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, estão previstas para o final desta semana.
No entanto, as esperanças de uma resolução rápida não parecem muito promissoras, com os negociadores dos EUA pressionando a China em demandas de longa data, incluindo reparações por suposto roubo de propriedade intelectual dos EUA.