Investing.com – O petróleo operava perto da estabilidade nesta sexta-feira, 28, mas deve encerrar o mês no negativo, devido a preocupações com uma desaceleração da economia mundial e seus efeitos sobre a demanda do produto no resto do ano.
Às 10h50 de Brasília, o petróleo norte-americano recuava 0,11%, a US$ 74,66 por barril, enquanto o Brent avançava 0,03%, a US$ 78,23 por barril, no mercado futuro.
Ambas as referências do petróleo devem fechar a semana com uma queda de mais de 3%, fazendo com que sua desvalorização nas duas últimas semanas seja de quase 10%. Com isso, o mercado deve registrar mais uma queda mensal, a sexta consecutiva no caso do WTI e a quarta no caso do Brent.
Os operadores temem que o aperto das condições financeiras pelos principais bancos centrais do Ocidente, com destaque para o Federal Reserve, acabará provocando uma recessão em partes da Europa e nos EUA neste ano, prejudicando a atividade econômica e, com isso, a demanda petrolífera.
Dados divulgados na quinta-feira mostraram que o crescimento econômico dos EUA desacelerou mais do que o esperado no primeiro trimestre, e os números divulgados na sexta revelaram que a economia da Alemanha, a maior da zona do euro, ficou estagnada no primeiro trimestre.
"A economia alemã ficou estagnada no início de 2023 e conseguiu evitar por pouco uma recessão", afirmou Claus Vistesen, economista-chefe para zona do euro da Pantheon Macroeconomics.
Apesar dessa desaceleração, a expectativa é que o Federal Reserve, o Banco Central Europeu e o Banco da Inglaterra realizem mais um aumento de juros nos próximos dias, em vista da inflação ainda elevada.
O núcleo do índice de gastos com consumo pessoal (PCE), indicador favorito do Fed para a inflação, ao excluir os preços de alimentos e energia, teve uma alta de 0,3% no mês de março, um aumento de 4,6% na base anual, ressaltando que os preços permanecem aderentes em níveis elevados.
Até mesmo na Ásia, onde se concentra a maior parte das expectativas de crescimento, a tão aguardada recuperação da China ainda não se concretizou, ao mesmo tempo em que a queda das margens de lucro das refinarias da região apontam para uma demanda mais fraca.
Os preços do petróleo caíram abaixo do nível de US$ 80 por barril, visto por muitos como o preço-alvo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados. Contudo, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Alexander Novak, afirmou na quinta-feira que a Opep+ não via a necessidade de realizar mais cortes de produção.
Cabe ressaltar que Novak ainda deu um pouco de esperança àqueles que apontam na alta do petróleo, ao afirmar que o cartel pode ajustar sua política rapidamente, caso julgue necessário.
O grupo anunciou um corte surpresa de produção no início do mês, a fim de respaldar os preços.
No noticiário corporativo, a Exxon Mobil (NYSE:XOM) e a Chevron (NYSE:CVX) divulgaram vultosos lucros, com destaque para a Exxon, que registrou seu melhor início de ano de todos os tempos.
A semana se encerra com a divulgação do número de sondas em operação nos campos petrolíferos dos EUA, pela Baker Hughes, e dados de posicionamento no petróleo, da CFTC.