Investing.com – Os investidores seguem cautelosos de que o conflito entre Israel e Hamas possa resultar em uma escalada para outros países do Oriente Médio, alterando a oferta de petróleo. Enquanto uma crise no mercado assombra os mercados, o banco suíço Julius Baer afirmou que esse cenário é altamente improvável, com choques e recuperação de preços apenas temporários, mas com cotações caindo no próximo ano.
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“A geopolítica tende a ser um elemento de ruído sem implicações fundamentais duradouras, um choque que injeta um prêmio de incerteza temporário nos preços”, aponta Norbert Rücker, chefe de economia e pesquisa de próxima geração do Julius Baer.
Ainda, passou a desenhar três possíveis cenários para o petróleo como resultado desta crise:
- Crise do petróleo
O Julius Baer acredita que esse é o cenário menos provável, com probabilidade inferior a 5%. Neste caso, o Irã e demais países da região seriam envolvidos, com ataques afetando os fluxos da commodity. “ Os preços do petróleo sobem acima dos 150 dólares, a inflação regressa e a economia vacila. A geopolítica tornar-se-ia num enorme choque exógeno que redefiniria a economia e os mercados financeiros em meados de 2024”.
- Choque temporário
O banco suíço aponta 65% de probabilidade – a maior entre os três cenários. A situação prevista seria de conflito apenas na região de Israel, com redefinição das relações com a Palestina. “O ruído e a incerteza desaparecem e o aumento do preço do petróleo reverte dentro de dias e semanas. Os precedentes para este manual geopolítico padrão de um choque temporário são a Guerra do Líbano e as guerras anteriores em Gaza, reconhecendo que o conflito de hoje é mais intenso”, aponta o Julius Baer.
- Reversão política
Este é o segundo cenário com maior probabilidade, segundo o Julius Baer, com 30%, no entendimento do banco. Neste caso, o conflito seria intensificado em relação ao Líbano e à Síria. “Aparecem consequências políticas, tais como sanções mais rigorosas ao Irã ou um aumento da divisão entre EUA e Arábia Saudita. Os fluxos de petróleo poderiam ser parcialmente restringidos, ou pelo menos a atual política petrolífera excessivamente restritiva das nações petrolíferas poderia durar mais tempo do que o esperado”, conclui o Julius Baer, que enxerga um choque mais duradouro para esta situação.