Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo oscilavam na segunda-feira, após o reajuste da Arábia Saudita sobre seu petróleo bruto destinado à Ásia, um sinal de confiança nas perspectivas da demanda mesmo após os principais produtores terem concordado em incrementar os níveis de produção.
Às 12h24 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preços para os EUA, eram negociados com queda de 0,8%, a US$ 117,92, por barril, depois de alcançar a máxima em três meses de US$ 120,99, enquanto o contrato do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, recuava 0,65%, para US$ 118,94, por barril, depois de tocar a máxima intraday de US$ 121,95.
O mercado de petróleo chegou a escalar para a máxima em três meses no início da segunda-feira, depois que a Arábia Saudita aumentou seus preços de venda oficiais mais que o esperado para os clientes asiáticos em julho, sugerindo que o maior exportador mundial de petróleo antecipa uma elevação substancial na demanda, à medida que inúmeras cidades chinesas emergem de lockdowns severos contra a Covid-19.
A Arábia Saudita reajustou o preço de venda oficial em julho do seu principal petróleo, o Arab light crude, para a Ásia em US$ 2,10 em relação a junho, com um prêmio de US$ 6,50, o maior desde maio, quando os preços atingiram recordes históricas devido às preocupações de interrupção do abastecimento proveniente da Rússia.
Estes ganhos se perderam lentamente ao longo do dia, na medida que os investidores continuavam a digerir a decisão tomada no final da semana passada pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados a fim de impulsionar a produção.
O grupo, conhecido como OPEP+, concordou em incrementar a produção em 648.000 barris por dia para julho e agosto, uma elevação cerca de 50% superior aos aumentos observados nos últimos meses, como resultado da pressão de vários países ocidentais, inclusive os EUA, numa tentativa de reduzir os preços.
Dito isto, é difícil imaginar uma queda muito maior nos preços, já que "o grupo não foi capaz de atingir as metas de produção por meses, e isso não deverá mudar com o último aumento de metas", disseram os analistas do ING, em relatório.
Além disso, os países do hemisfério norte, em particular os Estados Unidos, maior consumidor de petróleo do mundo, normalmente iniciam suas temporadas de viagens rodoviárias em julho, fazendo a procura por gasolina disparar.
O Conselho de Confiabilidade Elétrica do Texas sinalizou que a demanda por eletricidade no estado, um dos maiores do país, deverá quebrar o recorde histórico esta semana, ultrapassando os níveis alcançados em agosto de 2019, muito antes dos dias de pico de calor do verão.
Os mais recentes dados de posicionamento do mercado, divulgados na sexta-feira, mostraram que os especuladores aumentaram suas posições longas líquidas no Brent da ICE em 13.365 lotes, deixando-os com um longo líquido de 210.437 lotes em relação à terça-feira passada.
"Este é o maior volume de longo líquido mantido pelos especuladores desde o início de março", acrescentou o ING. "No entanto, ainda está consideravelmente abaixo dos níveis observados em 2021 e dos níveis recordes de 2018".