Petróleo recua com tensão no Golfo e trégua comercial entre EUA e China

EdiçãoJulio Alves
Publicado 12.06.2025, 08:03
© Reuters.

Investing.com – As cotações do petróleo recuaram nesta quinta-feira, revertendo parte dos ganhos expressivos registrados na véspera, em meio à intensificação das tensões no Oriente Médio que alimentaram receios sobre possíveis interrupções na oferta global da commodity.

Às 8 h de Brasília, os contratos futuros do Brent apresentavam queda de 1,4%, negociados a US$ 68,78 por barril. Já o WTI cedia 1,5%, para US$ 67,15 por barril.

Na quarta-feira, ambos os benchmarks haviam avançado mais de 4% em uma sessão marcada por elevada volatilidade.

Quer 1 ano GRÁTIS de InvestingPro? É só abrir uma Conta Internacional Nomad. Clique aqui e saiba tudo!

Tensões entre EUA e Irã elevam risco geopolítico

O movimento de alta observado na sessão anterior decorreu da escalada de tensões no Golfo Pérsico. Washington autorizou a saída de dependentes civis do Bahrein e do Kuwait, em resposta a temores crescentes de retaliação iraniana.

O presidente Donald Trump declarou estar "menos confiante" quanto à possibilidade de firmar um novo acordo nuclear com Teerã, o que reduziu as expectativas de uma resolução pacífica para o impasse diplomático.

A administração norte-americana alertou que medidas militares estão sendo consideradas, caso as tratativas não avancem — com um prazo decisivo se encerrando nesta quinta-feira. Em resposta, o ministro da Defesa do Irã afirmou que atacaria bases dos EUA na região caso o país fosse alvo de qualquer ofensiva.

Esses eventos elevaram o prêmio de risco embutido nos preços do petróleo, à medida que investidores avaliam o potencial de interrupção de rotas estratégicas ou de instalações críticas na região do Golfo.

“O cenário mais temido pelo mercado é o fechamento do Estreito de Ormuz”, afirmou Arne Rasmussen, analista da Global Risk Management, em publicação no LinkedIn. “Caso o Irã bloqueie esse ponto de passagem essencial, até 20% do suprimento global de petróleo poderá ser impactado”, completou.

Alívio parcial com trégua entre EUA e China

Os preços da commodity também foram influenciados por avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com os agentes monitorando atentamente os termos do entendimento bilateral.

Pelo novo acordo, a China receberá autorizações para exportar terras raras e ímãs industriais, enquanto os EUA continuarão a permitir a entrada de estudantes chineses. Washington manterá tarifas agregadas de aproximadamente 55% sobre produtos chineses; por sua vez, Pequim manterá taxas de 10% sobre itens americanos, conforme publicado por Trump nas redes sociais.

O presidente também mencionou que enviará cartas a parceiros comerciais importantes, detalhando propostas tarifárias com prazo-limite até 9 de julho, data relacionada à suspensão temporária de tarifas mais amplas. Embora tenha sinalizado abertura para estender esse prazo, Trump declarou esperar que isso não seja necessário.

Essas sinalizações contribuíram para uma modesta redução nas incertezas sobre o comércio internacional, o que, por sua vez, favorece perspectivas mais firmes para a atividade global e, consequentemente, para a demanda energética.

Barclays (LON:BARC) adota visão menos conservadora para o petróleo

O Barclays declarou, em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira, que uma postura menos conservadora sobre os preços do petróleo no curto prazo parece “justificável” diante do ambiente de fundamentos consistentes e elevação das tensões geopolíticas.

Segundo os analistas liderados por Amarpreet Singh, os dados recentes têm surpreendido positivamente. Eles destacaram que os estoques globais de petróleo subiram apenas marginalmente no trimestre atual e que a demanda chinesa — principal compradora mundial — segue resiliente.

Além disso, a produção dos países membros da Opep+ permanece abaixo das metas ajustadas, enquanto as exportações de nações com grande capacidade ociosa continuam relativamente constantes, observaram os especialistas.

Nos Estados Unidos, a atividade de perfuração petrolífera perdeu ritmo. A Agência de Informação de Energia dos EUA projeta que a produção se manterá estável este ano, com uma leve contração de 100 mil barris por dia no comparativo trimestral.

(Colaboração de Ayushman Ojha.)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.