Ação da Raízen desaba com prejuízo bilionário em meio a aumento da dívida
Investing.com – As cotações do petróleo recuaram nesta quinta-feira, revertendo parte dos ganhos expressivos registrados na véspera, em meio à intensificação das tensões no Oriente Médio que alimentaram receios sobre possíveis interrupções na oferta global da commodity.
Às 8 h de Brasília, os contratos futuros do Brent apresentavam queda de 1,4%, negociados a US$ 68,78 por barril. Já o WTI cedia 1,5%, para US$ 67,15 por barril.
Na quarta-feira, ambos os benchmarks haviam avançado mais de 4% em uma sessão marcada por elevada volatilidade.
Tensões entre EUA e Irã elevam risco geopolítico
O movimento de alta observado na sessão anterior decorreu da escalada de tensões no Golfo Pérsico. Washington autorizou a saída de dependentes civis do Bahrein e do Kuwait, em resposta a temores crescentes de retaliação iraniana.
O presidente Donald Trump declarou estar "menos confiante" quanto à possibilidade de firmar um novo acordo nuclear com Teerã, o que reduziu as expectativas de uma resolução pacífica para o impasse diplomático.
A administração norte-americana alertou que medidas militares estão sendo consideradas, caso as tratativas não avancem — com um prazo decisivo se encerrando nesta quinta-feira. Em resposta, o ministro da Defesa do Irã afirmou que atacaria bases dos EUA na região caso o país fosse alvo de qualquer ofensiva.
Esses eventos elevaram o prêmio de risco embutido nos preços do petróleo, à medida que investidores avaliam o potencial de interrupção de rotas estratégicas ou de instalações críticas na região do Golfo.
“O cenário mais temido pelo mercado é o fechamento do Estreito de Ormuz”, afirmou Arne Rasmussen, analista da Global Risk Management, em publicação no LinkedIn. “Caso o Irã bloqueie esse ponto de passagem essencial, até 20% do suprimento global de petróleo poderá ser impactado”, completou.
Alívio parcial com trégua entre EUA e China
Os preços da commodity também foram influenciados por avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, com os agentes monitorando atentamente os termos do entendimento bilateral.
Pelo novo acordo, a China receberá autorizações para exportar terras raras e ímãs industriais, enquanto os EUA continuarão a permitir a entrada de estudantes chineses. Washington manterá tarifas agregadas de aproximadamente 55% sobre produtos chineses; por sua vez, Pequim manterá taxas de 10% sobre itens americanos, conforme publicado por Trump nas redes sociais.
O presidente também mencionou que enviará cartas a parceiros comerciais importantes, detalhando propostas tarifárias com prazo-limite até 9 de julho, data relacionada à suspensão temporária de tarifas mais amplas. Embora tenha sinalizado abertura para estender esse prazo, Trump declarou esperar que isso não seja necessário.
Essas sinalizações contribuíram para uma modesta redução nas incertezas sobre o comércio internacional, o que, por sua vez, favorece perspectivas mais firmes para a atividade global e, consequentemente, para a demanda energética.
Barclays (LON:BARC) adota visão menos conservadora para o petróleo
O Barclays declarou, em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira, que uma postura menos conservadora sobre os preços do petróleo no curto prazo parece “justificável” diante do ambiente de fundamentos consistentes e elevação das tensões geopolíticas.
Segundo os analistas liderados por Amarpreet Singh, os dados recentes têm surpreendido positivamente. Eles destacaram que os estoques globais de petróleo subiram apenas marginalmente no trimestre atual e que a demanda chinesa — principal compradora mundial — segue resiliente.
Além disso, a produção dos países membros da Opep+ permanece abaixo das metas ajustadas, enquanto as exportações de nações com grande capacidade ociosa continuam relativamente constantes, observaram os especialistas.
Nos Estados Unidos, a atividade de perfuração petrolífera perdeu ritmo. A Agência de Informação de Energia dos EUA projeta que a produção se manterá estável este ano, com uma leve contração de 100 mil barris por dia no comparativo trimestral.
(Colaboração de Ayushman Ojha.)