Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo registravam alta nesta terça-feira, recuperando-se da forte desvalorização recente, após a Arábia Saudita negar que a Opep+ cogitava aumentar a produção, um sinal de que a oferta mundial continuaria restrita.
Às 12h10 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 1,75%, a US$ 81,44 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,68%, a US$ 88,93 por barril, no mercado futuro.
Ambas as referências do petróleo afundaram 5% na segunda-feira, com o contrato futuro negociado nos EUA atingindo seu nível mais baixo desde o início de janeiro, após uma matéria do Wall Street Journal dizer que a Arábia Saudita, um dos maiores produtores petrolíferos do mundo, pretendia propor um aumento de produção por parte do cartel em sua próxima reunião.
O príncipe saudita Abdulaziz bin Salman, ministro de energia do país e líder de fato da Opep+, foi rápido em negar a reportagem, declarando que a aliança manteria os cortes de produção, podendo ainda tomar mais medidas, no intuito de equilibrar o mercado.
A Organização dos Países Produtores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, decidiu cortar a produção em 2 milhões de barris por dia em sua reunião do mês passado.
“Seria um movimento estranho da Opep+ aumentar a oferta diante de tanta incerteza com a demanda e com o impacto das sanções da UE ao petróleo da Rússia”, escreveram analistas do ING em nota aos clientes.
A Opep+ se reúne em 4 de dezembro para decidir os de produção para o próximo ano, um dia antes de a União Europeia proibir as importações de petróleo da Rússia, juntamente com um plano de teto de preços para o produto no âmbito do G-7.
“A expectativa é que o mercado tenha mais clareza a respeito do teto de preços do G-7 nesta semana, inclusive o nível que o grupo pretende definir”, acrescentou o ING.
Dito isso, o alta de hoje parece ser temporária, em vista da incerteza em torno da demanda petrolífera na China, maior importadora mundial do produto, na medida em que o número de casos de Covid-19 no país voltou a alcançar níveis vistos pela última vez em abril, inclusive as primeiras mortes em seis meses.
O Instituto Americano do Petróleo irá divulgar sua estimativa semanal para os estoques petrolíferos nos EUA, depois de informar, na semana passada, que houve uma queda de quase 6 milhões de barris no armazenamento.