Investing.com -- Os preços do petróleo subiram nesta terça-feira, 22, recuperando-se após perdas anteriores, à medida que os traders digerem as tensões no Oriente Médio e a desaceleração da demanda na China, um dos maiores consumidores de petróleo do mundo.
Às 10h40 de Brasília, o barril do petróleo Brent, referência internacional e para a Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 0,7%, para US$ 74,90, enquanto o barril do Texas (WTI) subia 0,8%, para US$ 70,70.
Os mercados petrolíferos reagiram positivamente ao corte de juros anunciado na segunda-feira pelo banco central da China.
No entanto, os ganhos foram limitados, pois essa medida faz parte de um conjunto de estímulos recentes que não geraram grande otimismo, já que Pequim não forneceu detalhes sobre o cronograma e a escala dessas ações.
As preocupações com um conflito mais amplo no Oriente Médio também contribuíram para a alta, com a explosão de um drone próximo à residência do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aumentando a possibilidade de uma escalada no conflito.
O foco está na potencial retaliação de Israel contra o Irã após o ataque no início de outubro, embora relatos da semana passada tenham indicado que Israel não atacará a infraestrutura de petróleo e nuclear do país.
"As tensões no Oriente Médio continuam a se refletir no mercado de opções do Brent", disseram analistas do ING em uma nota. "A volatilidade assimétrica mostra que as opções de compra estão ficando cada vez mais caras do que as de venda, à medida que os participantes compram proteção em caso de uma alta nos preços, dada a incerteza geopolítica. Isso também se alinha com os maiores volumes de negociação que temos visto recentemente nas opções de compra."
Apesar disso, o mercado de petróleo caiu cerca de 7% na semana passada após dados decepcionantes de crescimento da China.
O chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol, alertou na segunda-feira que a fraqueza da China, maior importador de petróleo do mundo, continuará a impactar a demanda global de petróleo nos próximos anos.
Os comentários de Birol, feitos em entrevista à Bloomberg, vieram após tanto a AIE quanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terem recentemente reduzido suas previsões de crescimento da demanda devido a preocupações com a China.
A China, maior importadora de petróleo do mundo, está lidando com uma desaceleração prolongada no crescimento econômico, o que deve reduzir o apetite do país por petróleo.
O aumento da adoção de veículos elétricos no país também deve reduzir a demanda por combustíveis.
(Ambar Warrick contribuiu para este artigo.)