Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo avançam na segunda-feira, diante da União Europeia ainda parecer pronta para acordar a proibição da importação de petróleo bruto russo, perturbando ainda mais a oferta global. O mercado digera também sinais de que os lockdowns contra a Covid estavam atingindo seriamente a demanda da China, maior importador de petróleo bruto do mundo, embora permaneçam elevados
Às 12h55, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com alta de 1,54%, a US$ 110,30 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, apresentavam alta de %1,75 a US$ 112,75 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 2,17%, a US$ 4,0437 por galão.
Na segunda-feira, Xangai anunciou planos para o término do lockdown contra a Covid-19, que já dura mais de seis semanas, e retorno a uma vida mais normal a partir de 1º de junho. No entanto, se forem suspensos, e se estima que 46 cidades da China estejam em situação de lockdown, a política de Covid zero da China gera incertezas sobre futuras crises.
Além disso, já foram feitos danos significativos, julgando-se a partir dos dados mais recentes. As vendas do varejo chinês em abril se contraíram mais de 11% em relação a um ano antes, enquanto aprodução industrial caiu 2,9% no ano a ano.
Esta desaceleração ficou evidente no mercado de petróleo do país, quando a China processou menos 11% de petróleo bruto em abril que doze meses antes, de acordo com os dados divulgados no início da segunda-feira, com a produção diária caindo o menor nível desde março de 2020.
Com isto dito, os preços do petróleo ainda apresentam alta de mais de 40% este ano, ajudados pelas preocupações com o abastecimento resultantes da invasão da Rússia na Ucrânia e as sanções relacionadas impostas sobre Moscou.
A Alemanha disse na segunda-feira que está disposta a avançar com um embargo às importações de petróleo da Rússia, mesmo sem o apoio unânime do resto da UE. O sexto pacote de sanções da UE, que encerraria as importações de produtos brutos e refinados russos até o final do ano, está em pausa devido à oposição da Hungria e de outros estados-membros da Europa Central e Oriental.
"Segundo as informações reportadas, a Alemanha já reduziu a sua dependência do petróleo russo para cerca de 12% da demanda total hoje, em comparação com cerca de 35% antes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia", afirmaram os analistas do ING, em relatório. "E o país continua a procurar fontes alternativas de petróleo bruto para se afastar completamente do petróleo russo".
Em uma nota corporativa, a Saudi Aramco (TADAWUL:2222) anunciou números recordes para o primeiro trimestre, com o lucro líquido disparando 82% para US$ 39,5 bilhões, ajudado pelos altos preços do petróleo bruto, evidenciando por que a gigante petroleira saudita desbancou a Apple (SA:AAPL34)(NASDAQ:AAPL) como a empresa mais valiosa do mundo.
Além disso, a Arábia Saudita segue rumo a elevar a capacidade de produção de petróleo em mais de 1 milhão de barris por dia, para mais de 13 milhões b/d, até o final de 2026 ou início de 2027, disse na segunda-feira o ministro da energia, o príncipe Abdulaziz bin Salman.