Investing.com - O petróleo caiu 21% em novembro graças à nova hesitação dos russos, levando o mercado de petróleo à sua pior perda mensal em uma década.
Foi a pior baixa do petróleo cru West Texas Intermediate desde 2008, que oscilou acima e abaixo dos US$ 50 por barril na sexta-feira, especialmente após o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, dizer ao serviço de notícias russo TASS que os produtores e consumidores estavam confortáveis com os preços atuais do petróleo. Foi o sinal mais claro de que Moscou tenha avaliado pouca ou nenhuma necessidade de contribuir para os cortes de produção quando se uniu à Arábia Saudita e outros grandes produtores de petróleo na reunião da OPEP + em Viena em 6 de dezembro.
O WTI caiu 52 centavos, ou 1%, negociado a US$ 50,93 por barril. Afundou mais cedo, para US$ 49,66, o menor nível desde outubro de 2017. Foi a segunda perda mensal consecutiva de dois dígitos, depois da queda de 11% em outubro, que deixou o petróleo dos EUA 16% menor no ano.
O Brent, a referência mundial para o petróleo e negociado em Londres, caiu 67 centavos, ou 1,1%, para US $ 59,24 às 17:48. Mais cedo na sessão, caiu para US$ 58,05. Na semana passada, o Brent ficou abaixo dos US$ 60 pela primeira vez desde julho de 2017. Em novembro, o índice caiu 21% e, no ano, apresentou uma perda de 11%.
O ministro russo Novak, sem dúvida, azedou o humor do mercado na sexta-feira, mas apenas um dia atrás os russos estavam cantando uma música diferente, pelo menos com base em um relatório da Reuters. Citando fontes, o serviço de notícias disse que Novak se reuniu com produtores nacionais de petróleo e chegou a um consenso de que uma redução na produção seria necessária. WTI e o U.K. Brent subiram mais de 2% com essa especulação, uma dos poucas fortes subidas neste mês.
O petróleo estava subindo no início do ano, atingindo altas de quatro anos entre maio e outubro, depois que o presidente Donald Trump prometeu zerar as exportações do petróleo iraniano sob novas sanções.
Mas nos últimos dois meses os preços do petróleo bruto perderam mais de um terço de seu valor depois que Trump abreviu as sanções aos aiatolás e a produção recorde dos EUA, da Arábia Saudita e da Rússia inundou o mercado.
Igualmente prejudicial para a psique do mercado tem sido os tweets do presidente de que os sauditas não devem cortar a produção, algo que os traders esperam que Riad cumpra, dada sua potencial exposição às sanções americanas após o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Além do teatro russo-saudita da Opep, na sexta-feira, os investidores também ficaram impacientes com a reunião do G-20 em Buenos Aires, que não conseguiu nenhum avanço sobre um possível acordo comercial EUA-China, uma das poucas coisas que poderiam impulsionar o otimismo global e a demanda na segunda maior economia do mundo.
"O petróleo está perguntando 'O que há de novo em Buenos Aires?'", escreveu Phil Flynn, analista de energia do Price Futures Group, de Chicago, em sua nota diária. "A grande reunião do G20 basicamente contará a história do petróleo daqui para frente."
"Além disso, a Opep precisa anunciar um grande corte ou será presidente Trump, fechando um acordo com a China, que vai salvar o preço do petróleo."