Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em baixa nesta segunda-feira, após a China aumentar as restrições sanitárias diante do aumento de casos de Covid-19 no país, o que acabou gerando temores de que a demanda no maior país importador de petróleo do mundo possa cair em decorrência do impacto dessas medidas na atividade econômica.
Às 12h de Brasília, o petróleo norte-americano apresentava uma forte queda de 4,51%, a US$ 76,47 por barril, enquanto o Brent cedia 4,80%, a US$ 83,41, atingindo a mínima de quase dois meses.
Ambas as referências do mercado fecharam a sexta-feira em seus patamares mais baixos desde 27 de setembro, com o barril de West Texas Intermediate recuando 10%, e o de Brent, 9%.
A China registrou suas primeiras mortes por Covid-19 em vários meses, sendo que três ocorreram em Pequim. Além disso, o número de casos em todo o país atingiu as máximas de abril, devido a surtos na capital do país e em Xangai, onde lockdowns localizados foram novamente decretados.
A demanda doméstica da China pode registrar uma forte queda se a atual onda de Covid forçar um retorno de medidas mais restritivas à mobilidade.
O influente banco de investimento Goldman Sachs (NYSE:GS) respondeu a essa alta nos casos cortando sua previsão no quarto trimestre para o barril de Brent em US$ 10, para US$ 100, segundo corte da instituição desde setembro.
O que também estava pesando sobre o mercado petrolífero nesta segunda-feira era a alta do dólar, que torna a commodity mais cara para compradores que detêm outras divisas.
O Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, atingiu seu nível mais alto desde 11 de novembro nesta segunda-feira.
Essa liquidação fez com que os especuladores reduzissem suas posições líquidas de compra na última semana, com o posicionamento comprado no Brent negociado na ICE recuando quase 30.000 lotes, enquanto, no WTI negociado na Nymex, a queda foi de mais de 20.000 lotes.
“Esse movimento foi gerado, em grande medida, pela liquidação de posições compradas, em vez de novas vendas”, disseram analistas do ING em nota.
Quanto à situação da oferta, a proibição da União Europeia à importação de petróleo da Rússia por via marítima e o plano de imposição de um teto de preços ao produto pelo G7 tornavam a perspectiva mais nebulosa, em meio a notícias de que os compradores europeus estavam preenchendo seus estoques antes de 5 de dezembro, quando as sanções devem entrar em vigor.
“Podemos ter uma clareza maior sobre o teto de preços do G7 ao óleo russo na quarta-feira”, acrescentou o ING.
Os ministros de energia da UE devem se reunir na quinta-feira, a fim de tentar chegar a um acordo sobre as mais recentes medidas energéticas para a região.