Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo registram ligeira alta na segunda-feira, em meio a discussões sobre possível embargo da União Europeia ao óleo russo e preocupações de que a China enfrentará dificuldades para reabrir totalmente após os seus extensos lockdowns contra a Covid-19, mas permanecem elevados à medida que a oferta global segue restrita.
Por volta das 13h11, os contratos futuros do petróleo WTI, cotado em Nova York e referência de preço nos EUA, eram negociados com avanço de 0,34%, a US$ 110,66 por barril, enquanto os contratos do Brent, cotado em Londres e referência mundial de preço, eram negociados em alta de 0,55%, a US$ 110,59 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam recuo de 1,29%, a US$ 3,78754 por galão.
Uma série de cidades da China, o maior importador de petróleo bruto do mundo, sofreram lockdowns prolongados numa tentativa de derrotar o surto de Covid-19. Isto reduziu drasticamente a produção industrial e, consequentemente, reduziu a procura por petróleo bruto.
Xangai, o centro comercial do país, reabriu uma pequena parte do maior sistema de metrô do mundo no domingo, depois de algumas linhas terem permanecido fechadas durante quase dois meses, em meio a esperanças de que a cidade possa reabrir totalmente no início de junho.
No entanto, enquanto isto acontece, Pequim, a capital do país, comunicou um número recorde de casos de Covid durante o seu atual surto, reacendendo as preocupações de que a cidade possa enfrentar uma situação de lockdown parecida.
Dito isto, os preços dos combustíveis dos EUA dispararam para altas recordes nas últimas duas semanas, e podem acelerar ainda mais até o feriado de Memorial Day, no dia 30 de maio, que tende a marcar o início do pico da temporada das viagens rodoviárias nos Estados Unidos.
A extensão da forte demanda dos EUA pode ser comprovada pelo fato de que o petróleo de grau West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova York, era comercializado ligeiramente acima do Brent, cotado em Londres, reprisando seu breve prêmio da semana passada em relação ao benchmark mundial da commodity.
Passando para o lado da oferta na equação, o ministro do petróleo da Arábia Saudita, Príncipe Abdulaziz, assinalou o apoio do seu país à Rússia como membro do chamado grupo da OPEP+, resistindo à pressão dos seus aliados tradicionais no Ocidente para isolar Moscou.
A OPEP se manteve fiel à sua prática de fixar quotas mensais de produção, apesar dos indícios crescentes de que a Rússia não é capaz de aumentar a sua produção, devido às sanções ocidentais. Isso, além dos problemas em outras nações exportadoras, levaram a OPEP+ a fixar uma meta de produção com déficit de mais de 2 milhões de barris por dia em relação à demanda global no mês de abril, ajudando a criar um mercado extremamente restrito na medida que a procura se recupera da pandemia.
Além disso, a Bloomberg publicou que a China está abocanhando a produção russa do petróleo ESPO, assegurando que ainda exista um cliente para a oferta da Rússia, mesmo que muitos países do Ocidente a estejam evitando.
Vinte das 21 cargas de petróleo embarcadas no porto de Kozmino até agora este mês estão indo para a China, de acordo com a companhia de análise de transportes Vortexa, conforme publicado pela Bloomberg, enquanto os fluxos de abril e maio devem ser 20% mais elevados do que o normal, segundo estimativas do serviço de transporte marítimo Braemar.
Nos EUA, apesar da forte demanda por energia, as empresas de shale efetuaram aumentos apenas marginais em seus investimentos na extração, sendo que o último relatório da Baker Hughes mostrou que a contagem de plataformas nos EUA ganhou apenas 13 unidades, totalizando 576.