Por Barani Krishnan
Investing.com -- Após dias de negociações agitadas, os preços do petróleo saltaram 3% na quinta-feira, o seu maior avanço em duas semanas, como a aposta dos longs do mercado numa disparada no consumo de combustíveis às vésperas do feriado de Memorial Day na segunda-feira, que marca o início do pico da temporada de viagens nas estradas dos EUA.
Espera-se que cerca de 39 milhões de norte-americanos caiam na estrada a partir de sexta-feira, embora os preços recordes dos combustíveis devem gerar menos viagens e por distâncias mais curtas este ano, disse a Associação Americana de Automóveis.
O petróleo WTI negociado em Nova York para entrega em julho fechou em alta de US$ 3,76, ou 3,4%, a US$ 114,09 por barril. Foi a maior alta do WTI em um dia desde 13 de maio, quando ele avançou 4%. Nos quatro pregões antes de quinta-feira, a referência da commodity nos EUA havia registrado negociações tumultuadas que resultaram numa perda líquida de 1,7%.
O petróleo Brent negociado em Londres com entrega para agosto fechou a US$ 117,40 por barril, alta de US$ 3,37 ou 3%.
"A última rodada de dados dos EUA sugere que a economia está desacelerando, mas o consumidor ainda está gastando e provavelmente vai viajar muito neste verão [do hemisfério norte]", afirmou Ed Moya, analista da plataforma de negociação online OANDA.
Os dados de quarta-feira, mostrando um recuo mais acentuado que o antecipado nos estoques de petróleo e gasolina dos EUA, ajudaram a fixar um limite de queda para os preços do petróleo, que chegaram a cair US$ 2 por barril na negociação intraday na semana passada.
O processamento de petróleo dos EUA atingiu o 93,2% da capacidade na semana passada, o percentual mais elevado desde dezembro de 2019, à medida que os refinadores produziam o máximo de derivados possível a fim de atender a demanda projetada, o que fez a gasolina atingir valores recorde acima dos US$ 4,50 por galão e o diesel alcançar máximas históricas superiores a US$ .
Os longs no mercado petrolífero também se agarraram aos comentários do ministro da Economia alemão, Robert Habeck, de que a UE ainda pode fechar acordo em relação ao embargo de petróleo nos próximos dias ou buscar "outros instrumentos", se nenhum acordo for concluído.
Isto ocorre apesar do bloqueio irredutível da Hungria ao apoio unânime necessário para as sanções da UE. Budapeste pressiona por cerca de 750 milhões de euros (US$ 800 milhões) para a renovação de suas refinarias e a expansão de um oleoduto a partir da Croácia, para permitir que se distancie do petróleo russo.
Entretanto, o Primeiro-Ministro da China, Li Keqiang, apresentou na quinta-feira uma perspectiva pessimista sobre os novos embates com a Covid enfrentados pelo maior importador de petróleo do mundo. O fator China poderia influenciar mais uma vez os ânimos na próxima semana, afirmaram os analistas.