Investing.com – Os preços do petróleo voltaram a cair na quinta-feira, 4, estendendo as perdas dos últimos três dias de fortes vendas, geradas por preocupações com o crescimento econômico e a demanda nos principais países consumidores da commodity.
Às 11h45 de Brasília, o petróleo norte-americano recuava 0,60%, a US$ 68,19 por barril, enquanto o Brent se desvalorizava 0,35%, a US$ 72,08 por barril, no mercado futuro.
O Banco Central Europeu decidiu seguir os passos do Federal Reserve nesta quinta-feira pela manhã, ao elevar os juros em 25 pontos-base (pb), dando continuidade ao prolongado aperto da política monetária.
Embora esse aumento tenha sido menor do que as últimas elevações de 50 pb, o conselho dirigente do banco alertou que a perspectiva para a inflação seguia “elevada demais por muito tempo”, abrindo espaço para mais aumentos das taxas pela frente.
Esse aperto ocorre em meio a sinais de desaceleração do crescimento tanto na Europa quanto nos EUA, ao mesmo tempo em que a turbulência no setor bancário americano ameaça ainda mais a atividade econômica.
Até mesmo a China, maior país importador de petróleo do mundo, divulgou dados decepcionantes de atividade industrial no início da semana, sugerindo que a recuperação do gigante asiático seguirá instável, após o fim das rígidas restrições contra a covid.
"Os investidores parecem estar ficando cada vez mais nervosos com as perspectivas macroeconômicas e suas implicações para a demanda petrolífera", afirmaram os analistas do ING em nota aos clientes.
Essa fraqueza do mercado é um indicativo de que o plano da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de respaldar os preços com um corte voluntário de produção de pouco mais de 1 milhão de barris por dia a partir de maio não está dando certo.
"A perda do patamar de US$70/barril seria uma preocupação para a Opep+, o que ensejaria mais negociações de cortes de produção, caso os preços continuem caindo por um período prolongado", acrescentou o ING.
Cabe ressaltar ainda que o governo dos EUA pode decidir recompor suas reservas estratégicas de petróleo ao redor desses níveis, dado algum suporte ao preço do barril.
Por fim, segundo a Administração de Informações Energéticas dos EUA, os estoques de petróleo no país apresentaram queda de mais de um milhão de barris na semana passada.