Por Alan Charlish
VARSÓVIA (Reuters) - A Polônia pode proibir as importações de mais produtos alimentícios da Ucrânia, disse o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, nesta quarta-feira, ao alertar Kiev contra a escalada de uma disputa sobre as importações de grãos, enquanto Varsóvia endurece sua posição antes das eleições de outubro.
A Polônia tem sido um dos aliados mais firmes da Ucrânia desde que a Rússia invadiu o país em fevereiro de 2022, mas os países agora estão envolvidos em um conflito cada vez mais profundo sobre as importações agrícolas após a Polônia, junto de Hungria e Eslováquia, estender a proibição das importações de grãos de seu vizinho devastado pela guerra.
Um porta-voz da Organização Mundial do Comércio (OMC) confirmou na terça-feira que a Ucrânia havia dado o primeiro passo em uma disputa comercial ao registrar uma reclamação junto ao órgão de comércio global.
Ele não citou os países, embora Kiev tenha dito anteriormente que a queixa tinha como alvo a Polônia, a Eslováquia e a Hungria.
Também na terça-feira, a Ucrânia disse que imporia restrições retaliatórias às importações de determinados produtos da Polônia e da Hungria se eles não suspendessem suas proibições unilaterais, o que provocou uma resposta de Morawiecki.
"Advirto as autoridades ucranianas, pois se elas aumentarem o conflito dessa forma, adicionaremos mais produtos à proibição de importação para o território da República da Polônia", disse Morawiecki à Polsat News.
A Polônia, a Eslováquia e a Hungria anunciaram restrições às importações de grãos da Ucrânia na sexta-feira, depois que a Comissão Europeia decidiu não estender a proibição das vendas para os cinco vizinhos da Ucrânia na UE, que também incluem a Romênia e a Bulgária.
A proibição foi introduzida para proteger os agricultores locais de uma onda de importações de grãos e alimentos da Ucrânia desde que a invasão bloqueou em grande parte as rotas através dos portos do Mar Negro.