Os contratos futuros de prata e ouro encerraram a sessão desta quarta-feira (3) em alta, recuperando parte das perdas de ontem, quando despencaram após movimentos especulativos. Os ganhos, porém, foram muito menos pronunciados do que no auge da especulação, sugerindo que o poder de ação de investidores de varejo sobre o mercado de metais preciosos pode ter um efeito limitado, como já vinham dizendo analistas.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange, a prata para março fechou com ganho de 1,84%, a US$ 26,88 por onça-troy, enquanto o ouro para abril subiu 0,09%, a US$ 1.835,1 a onça-troy.
As variações mais suaves nas cotações de ouro e prata são novo sinal de que a especulação no mercado de metais preciosos segue em processo de arrefecimento. Entre o final da semana passada e a última segunda-feira, a prata foi alvo de movimentos especulativos de investidores de varejo, nos moldes do que aconteceu com as ações da GameStop, e viu sua cotação disparar, arrastando consigo o ouro.
Como o mercado de prata envolve uma entrega física e tem mais posições compradas do que vendidas, a duração do movimento, como alertavam analistas, foi mais curta e teve impacto menor em Wall Street.
"Embora a prata tenha chegado às manchetes durante os últimos dias, parece que o rali já perdeu força", comenta o Julius Baer, em nota. Sobre o ouro, o Julius Baer explica que a cotação do metal dourado deve cair ao longo do ano, diante da perspectiva de recuperação econômica com a vacinação contra a covid-19. "Isso deve pesar na demanda sobre o ouro, um ativo 'porto seguro'", argumenta a casa.
Por outro lado, o Commerzbank mostra cautela ao comentar uma eventual retomada dos saltos nos preços da prata. "A disparada da prata foi breve, mas outras tentativas de alta não são descartadas", afirma o banco alemão.