Vale vê chances de dividendos extras com atual preço do minério e dívida em queda

Publicado 01.08.2025, 12:21
Atualizado 01.08.2025, 15:36
© Reuters. Logotipo da Valen07/08/2017nREUTERS/Ricardo Moraes

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vale (BVMF:VALE3) avalia que, se os preços de minério de ferro continuarem em torno de US$100 a tonelada, "há uma boa chance" de haver pagamentos adicionais de dividendos aos acionistas ou recompra de ações ao fim do segundo semestre, afirmou o vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores, Marcelo Bacci, nesta sexta-feira.

O minério de ferro negociado na China fechou nesta sexta-feira a US$108,60/tonelada.

No entanto, o executivo ponderou em conferência sobre os resultados do segundo trimestre que será preciso ver como será o desempenho do mercado de seu principal produto, além de questões relacionadas à dívida líquida expandida, que tem trajetória de queda.

A dívida líquida expandida da mineradora -- que inclui os compromissos de reparação de Mariana e Brumadinho -- caiu cerca de US$800 milhões no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre, para US$17,4 bilhões, com a contribuição de geração de fluxo de caixa livre recorrente entre abril e junho de US$1 bilhão.

"Se a gente conseguir chegar nessa direção abaixo de 15 bilhões de dólares, então a chance de mais pagamento adicional aumenta, e aí a gente vai decidir se vai por recompra ou por dividendos adicionais, a depender do desempenho do mercado", disse Bacci.

Posteriormente, em entrevista a jornalistas, ele disse que a Vale considera que a dívida poderá cair para US$15 bilhões ao final do ano.

Ele explicou que a empresa busca sempre ficar próxima do meio de sua atual meta para a dívida líquida expandida, de US$10 bilhões a US$20 bilhões.

E adicionou que, sazonalmente, a dívida fica um pouco maior do início do ano, pois a empresa tem pagamentos de dividendos. Mas que no segundo semestre a Vale tem um volume maior de geração de caixa, o que tende a contribuir com a redução do indicador.

"O ritmo dessa redução (da dívida) é que vai determinar a nossa probabilidade de pagar dividendos extraordinários acima do mínimo e ou fazer também recompras", complementou.

Para continuar a trajetória de queda da dívida no segundo semestre, a Vale contará ainda com o recebimento de cerca de US$1 bilhão como resultado de uma transação envolvendo a joint-venture na Aliança Energia, cujo fechamento está previsto para o terceiro trimestre, segundo Bacci.

Durante a conferência com investidores, o vice-presidente executivo Comercial e Desenvolvimento da Vale, Rogério Nogueira, destacou que a empresa segue sua estratégia de geração de valor e que busca adaptar seus produtos às condições de mercado.

Parte dessa estratégia, segundo ele, também considera a mina Simandou, de concorrentes, na Guiné, que entrará em operação justamente em um momento em que as minas australianas têm demonstrado uma deterioração de qualidade dos produtos em função de exaustão de minas.

"Simandou vai mudar a dinâmica, para dentro do mercado, mas estamos preparados para fazer os ajustes necessários", disse Nogueira, citando por exemplo possível mudança de mix de produtos.

(Por Marta Nogueira)

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