SÃO PAULO (Reuters) - O preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras (SA:PETR4) deverá subir cerca de 10 por cento com a implementação de uma nova fórmula integrante do programa de subvenção econômica ao produto, e a proximidade com as eleições presidenciais representa um risco, disseram analistas do banco UBS em nota nesta quinta-feira.
Importadores e outras pequenas refinarias de petróleo que aderirem ao programa também devem ser beneficiados pelo aumento do chamado Preço de Comercialização.
O derivado de petróleo para quem participa do programa, como a Petrobras, que praticamente detém o monopólio de refino no país, está com valor congelado desde junho, a 2,0316 reais por litro, graças à subvenção oferecida pelo governo como parte de um acordo fechado à época com caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país.
A Petrobras não foi ressarcida até o momento pela reguladora ANP por manter a cotação do diesel fixa, e a partir de sexta-feira o produto será reajustado tendo por base uma cotação de referência definida pela autarquia --o novo valor valerá por 30 dias, em uma dinâmica prevista para ocorrer até o fim do ano.
"O aumento do preço na refinaria deve dar alguma alívio à Petrobras... No entanto, de outro ângulo vemos uma alta de 10 por cento apenas um mês antes das eleições como um risco e podemos ver algumas discussões sobre como, quando e se devemos fazer isso", destacaram os analistas do UBS.
A nova metodologia para o cálculo do preço de referência para subsídio ao diesel foi anunciada na segunda-feira.
As empresas participantes do programa poderão ser ressarcidas em até 30 centavos por litro pelo governo, dependendo das condições do mercado.
Enquanto o preço do diesel está congelado há três meses, o da gasolina vem disparando nas refinarias, em razão do câmbio e da firmeza do petróleo no mercado.
A partir de sexta-feira, a gasolina será comercializada a 2,1375 reais por litro nas refinarias, máxima dentro da era de reajustes diários.
(Por José Roberto Gomes)