LONDRES/FRANKFURT (Reuters) - A trajetória de queda dos preços do carvão não dá sinais de reversão, conforme o excesso de oferta, combinado com as expectativas de que a demanda do maior consumidor mundial, a China, vai encolher mais, traça um panorama desolador para o combustível fóssil que gera quase metade da eletricidade do mundo.
Os preços globais do carvão caíram cerca de 10 por cento este ano, atingindo os maiores produtores, incluindo Indonésia, Austrália e África do Sul, e estão agora no nível mais baixo em quase uma década, depois de iniciarem a trajetória de queda em 2011.
"Tememos que os preços globais do carvão ainda não tenham atingido o valor mínimo. Talvez isso aconteça no ano que vem", disse Erich Schmitz, diretor administrativo da associação de importadores de carvão da Alemanha.
O maior problema para os preços do carvão este ano tem sido a China, que reduziu suas importações do combustível no primeiro semestre em 37,5 por cento ante o ano anterior.
A China está reduzindo as importações por uma questão ambiental, mas também para ajudar os produtores domésticos, que estão perdendo dinheiro.
O consumo energético da China triplicou em apenas duas décadas, mas o crescimento desacelerou para apenas 0,7 por cento no primeiro semestre na comparação anual. Em termos de geração, o carvão perdeu fatia de mercado para o petróleo, gás natural e fontes renováveis.
(Por Sarah McFarlane e Vera Eckert)