Investing.com - Os preços do ouro caíram no pregão europeu desta quarta-feira, uma vez que um dólar amplamente mais forte nos EUA diminuiu apelo do metal precioso.
O dólar operou em uma nova alta de quatro meses no início do dia, após dados terem mostrado que a construção de imóveis novos subiu mais do que o esperado em junho, contribuindo para um tema de força na economia dos EUA.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas mundiais, subiu 0,25% para 97,30, acima do nível de 96,00 há apenas uma semana e o nível mais alto desde 10 de março.
Um dólar norte-americano mais forte geralmente pesa sobre o ouro, porque a moeda diminui o apelo do metal como um ativo alternativo e torna as commodities negociadas em dólar mais caras para os detentores de outras moedas.
A recente série de relatórios econômicos positivos, incluindo as vendas de varejo de junho, manufatura do ISM e dados de emprego de junho, foi muito melhor do que o esperado, sugerindo que o crescimento econômico recuperou velocidade no segundo trimestre.
Os dados tendentes à alta podem permitir que o Banco Central dos EUA (Fed) aumente os juros ainda neste ano, mas muito dependerá da avaliação dos legisladores do impacto sobre a economia dos EUA em virtude da votação ocorrida no dia 23 que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia.
Os futuros de taxas de juros estão apostando atualmente em uma probabilidade de 47% de um aumento das taxas em dezembro. O ouro é sensível a movimentos nas taxas norte-americanas. Um aumento gradual das taxas é visto como uma ameaça menor para os preços do ouro do que uma série rápida de aumentos.
Na divisão Comex da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o ouro com vencimento em agosto caiu US$ 6,65, ou 0,5%, e foi negociado a US$ 1.325,65 por onça-troy, às 07h GMT, ou 03h ET. Um dia antes, os preços subiram US$ 3,00, ou 0,23%, uma vez que a alta das ações mundiais perdeu força.
O metal preciso permaneceu apoiado em meio à especulação de que os bancos centrais ao redor do mundo intensificam o estímulo monetário nos próximos meses para contrariar o impacto econômico negativo da votação do Brexit.
Os participantes do mercado vão se concentrar no resultado da reunião do Banco Central Europeu na quinta-feira para observar se os legisladores vão intensificar o estímulo monetário após a votação que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia.
O consenso é que o banco central mantenha as taxas de juros inalteradas, ao passo que o presidente do BCE, Mario Draghi deve manter um tom conciliatório e talvez sugerir novas medidas de estímulo para compensar o impacto sobre a economia após a decisão que resultou na saída do Reino Unido da União Europeia.
Os traders também estão se concentrando sobre a possibilidade de o Banco do Japão aumentar seu estímulo monetário na sua reunião de política no final deste mês. O iene está pressionado por expectativas de que uma flexibilização fiscal e monetária estava em jogo nas próximas semanas.
Os investidores também estão apostando em um corte das taxas do Banco da Inglaterra em agosto.
As expectativas de estímulo monetário tendem a beneficiar o ouro, uma vez que o metal é visto como um porto-seguro de valor e sem risco de inflação.
O metal precioso subiu quase 25% para o ano até agora, estimulado pelas preocupações com o crescimento global e uma vez que os participantes do mercado diminuíram as expectativas para o próximo aumento das taxas dos EUA.
Também na Comex, os futuros de prata, com vencimento em setembro, caíram 21,0 centavos, ou 1,05%, para US$ 19,79 por onça-troy durante as negociações da manhã em Londres, ao passo que os futuros de cobre recuaram 1,4 centavos, ou 0,62%, para US$ 2,249 por libra.