Investing.com – Os preços do ouro renovaram sua máxima histórica nas negociações asiáticas desta terça-feira, sustentados pela intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e pela crescente inquietação com os planos do presidente Donald Trump de reconfigurar a estrutura do Federal Reserve.
Às 8 h de Brasília, o ouro à vista avançava 1,16%, negociado a US$ 3.464,76 por onça-troy.
Na véspera, o metal já havia subido mais de 3% e emendado seu terceiro recorde consecutivo, impulsionado por riscos geopolíticos crescentes, forte apetite de bancos centrais e preocupações contínuas com o cenário inflacionário.
Trump ameaça destituir Powell e dólar toca mínima em três anos
A escalada recente nos preços do ouro reflete temores relacionados à condução da política monetária nos EUA, após Trump reforçar sua intenção de promover mudanças estruturais no Fed.
Na sexta-feira, o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que a equipe presidencial ainda avalia a possibilidade de destituir Jerome Powell da presidência da autoridade monetária.
Trump voltou à carga nesta segunda-feira, exigindo cortes imediatos nos juros e alertando para uma desaceleração econômica caso o Fed não atue de forma mais agressiva.
Por outro lado, Powell sinalizou que o banco central mantém postura cautelosa em relação a novos cortes, citando riscos inflacionários e incertezas associadas às tarifas comerciais recentemente implementadas.
A pressão sobre o Fed levanta dúvidas sobre sua independência e vem reverberando com força nos mercados. O dólar seguiu pressionado e atingiu na segunda-feira o menor nível em três anos frente a uma cesta de moedas fortes.
A desvalorização da moeda americana tende a favorecer o ouro, ao torná-lo mais atraente para investidores estrangeiros.
Tensões entre EUA e China seguem sem trégua
Pequim lançou um forte recado a países que cogitam pactos comerciais com Washington em detrimento dos interesses chineses. Em comunicado, o Ministério do Comércio acusou os EUA de utilizar tarifas e sanções como instrumentos de coerção econômica para isolar a China no comércio global.
As autoridades chinesas advertiram que qualquer acordo que fira seus interesses estratégicos será alvo de retaliações proporcionais.
O alerta ocorre no contexto de uma disputa comercial cada vez mais acirrada, com os EUA impondo tarifas de até 145% sobre produtos chineses, ao que a China respondeu com medidas de efeito equivalente.
Prata, platina e cobre também sobem
Entre os metais preciosos, os contratos futuros de prata subiram 0,8%, cotados a US$ 32,795 por onça, enquanto os de platina avançaram 1%, alcançando US$ 976,10.
O cobre também se valorizou, atingindo a maior cotação em duas semanas, apoiado pela fraqueza do dólar. Na London Metal Exchange, o contrato de referência subiu 1%, negociado a US$ 9.311,60 por tonelada. Já os contratos com vencimento em maio, nos EUA, avançaram 1,1%, para US$ 4,7713 por libra.