Por Stephanie Kelly
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram mais de 2 por cento nesta segunda-feira, para máximas de quase seis meses, pela crescente preocupação a respeito de uma redução na oferta global, após os Estados Unidos anunciarem restrições ainda maiores às exportações de petróleo do Irã.
Washington afirmou que eliminará em maio todas as isenções que permitiam a oito economias continuarem comprando petróleo iraniano, sem que enfrentassem as sanções norte-americanas.
"O prêmio do risco geopolítico está de volta ao mercado do petróleo, e em grande estilo", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York. "A maioria dos interesses comerciais legítimos, senão todos, evitará compras de petróleo do Irã. O fluxo iraniano será reduzido a uma gota."
Os contratos futuros do petróleo Brent avançaram 2,07 dólares, ou 2,88 por cento, e fecharam a 74,04 dólares por barril. A máxima da sessão, de 74,52 dólares o barril, foi o maior nível do valor de referência desde 1º de novembro.
Já os futuros do petróleo norte-americano saltaram 1,70 dólar, ou 2,66 por cento, fechando a 65,70 dólares por barril. O contrato bateu 65,92 dólares/barril, sua máxima desde 31 de outubro.
Em novembro, os EUA reimpuseram sanções às exportações de petróleo da República Islâmica, mas cederam isenções aos oito principais compradores do produto iraniano: China, Índia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Turquia, Itália e Grécia. Foi permitido a eles que mantivessem aquisições limitadas por seis meses.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, reiterou nesta segunda-feira que o objetivo de Washington é derrubar as exportações de petróleo iraniano para zero e acrescentou que os EUA não têm planos de dar qualquer período de "carência" após 1º de maio.
O Irã declarou que a decisão dos EUA de não renovar as isenções "não tem valor", mas que Teerã estava em contato com parceiros europeus e vizinhos e que agiria "de acordo", noticiaram agências de notícias locais, citando o Ministério das Relações Exteriores.
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que a Arábia Saudita e outros países da Opep podem "mais que compensar" qualquer queda na oferta iraniana.
A Arábia Saudita disse que irá coordenar com outros produtores para garantir uma oferta adequada de petróleo e um mercado equilibrado.
(Reportagem adicional de Alex Lawler em Londres e Henning Gloystein em Cingapura)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447745))
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