Por Laila Kearney
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo recuaram mais de 1 dólar por barril nesta quinta-feira, ainda pressionados pelas restrições a viagens por causa da pandemia de coronavírus, que afetam a demanda global por combustíveis e ofuscam expectativas de que um pacote de estímulos de 2 trilhões de dólares dos Estados Unidos possa impulsionar a atividade econômica.
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, disse que a demanda global por petróleo pode cair em até 20 milhões de barris por dia, ou 20% do total, diante do isolamento de 3 bilhões de pessoas devido ao novo coronavírus.
Os contratos futuros do petróleo dos EUA fecharam em queda de 1,89 dólar, ou 7,7%, a 22,60 dólares por barril, enquanto os futuros do petróleo Brent recuaram 1,05 dólar, ou 3,8%, e terminaram o dia cotados a 26,34 dólares/barril. Ambos os vencimentos já cederam cerca de 60% neste ano.
O choque duplo causado pela pandemia de coronavírus e pelo aumento de oferta proveniente da Arábia Saudita e Rússia, depois de as duas nações não conseguirem chegar a um acordo para limitar o bombeamento, desestabilizaram o mercado do petróleo, que perdeu cerca de metade de seu valor em março.
"Com a demanda em queda de 20% ou mais globalmente, o mundo precisaria de cortes de produção equivalentes a duas Arábias Sauditas para pelo menos tentar equilibrar o mercado", disse John Kilduff, sócio da Again Capital em Nova York.
"O petróleo está morto", publicou no Twitter o fundador da BlackGold Investors, Gary Ross. "Lamento dizer, mas (o valor) está caminhando para dígitos únicos!"
(Reportagem adicional de Ron Busso em Londres, Roslan Khasawneh em Cingapura e Sonali Paul em Melbourne)