Por Yasin Ebrahim
Investing.com - Os preços do petróleo estiveram sob pressão nesta segunda-feira, incapazes de ultrapassar barreiras de preocupações sobre as perspectivas na demanda, no exato momento em que uma certa desaceleração global paralela à alta nos casos de Covid-19 é registrada.
Na Bolsa de Nova York, os futuros do WTI caíram US$ 1,15 centavos, fechando em US$ 67,29 o barril, enquanto na Intercontinental Exchange de Londres, o Brent caiu 1,2%, sendo negociado a US$ 69,72 o barril.
A China, maior consumidor de energia do mundo, relatou vendas no varejo e industriais abaixo do esperado durante a noite de segunda-feira, alimentando temores sobre a recuperação global e a demanda por petróleo.
Dúvidas crescentes em relação ao vigor da demanda já estavam no centro das atenções antes dos dados, uma vez que a variante Delta do coronavírus já havia desencadeado novas restrições na China.
"No curto prazo, as preocupações sobre a propagação da variante Delta na China e os efeitos que isso terá sobre a demanda de petróleo continuam pesando nos preços", afirmou o Commerzbank em nota. "Essas preocupações foram paralelamente intensificadas pelos dados publicados de ontem para hoje na China: a produção industrial acabou sendo significativamente mais fraca do que o previsto."
Alguns em Wall Street, no entanto, continuam a acreditar que os preços do petróleo serão sustentados, uma vez que a perspectiva de crescimento global permanece forte e os estoques continuarão caindo.
O Morgan Stanley previu que os preços do petróleo Brent ficarão em torno de US$ 70 até o fim de 2021, e ainda serão mantidos bem acima de US$ 70 por barril ao longo de 2022.
"Essa expectativa se baseia em nossas previsões de forte crescimento global, uma forte tendência de queda nos estoques globais de petróleo e uma expectativa de que a Opep+ continuará a agir na moderação do mercado de petróleo", acrescentou.
Mesmo com a expectativa de queda nos estoques, a Opep e seus aliados, incluindo a Rússia, têm enfrentado apelos da Casa Branca para aumentar ainda mais a produção, a fim de manter os preços do petróleo sob controle e sustentar uma recuperação global.
Em julho, a Opep e aliados liderados pela Rússia, ou Opep+, chegaram a um acordo para aumentar a produção em 400.000 barris por dia mensalmente a partir de agosto até o final de 2022 para restaurar o fornecimento que foi cortado no início da pandemia.
Porém, as principais nações produtoras de petróleo que fazem parte do acordo de corte/produção não estão dispostas a atender a esses apelos em meio às expectativas de que os aumentos de produção estipulados serão suficientes para atender a demanda, informou a Reuters na segunda-feira, mencionando fontes não identificadas.