Por Devika Krishna Kumar
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo avançaram mais de 2% nesta quinta-feira, para os maiores níveis em quase dois meses, após a Reuters noticiar que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados devem prorrogar os cortes de produção até meados de 2020, além de novos sinais de que a China convidou negociadores dos Estados Unidos para uma nova rodada de conversas.
O petróleo Brent encerrou a sessão em alta de 1,57 dólar, ou 2,5%, a 63,97 dólares por barril, enquanto o petróleo dos EUA fechou em alta de 1,57 dólar, ou 2,8%, a 58,58 dólares o barril.
O WTI tocou máxima da sessão a 58,67 dólares/barril, seu maior valor desde 23 de setembro, e o Brent avançou até uma máxima de 64,03 dólares, maior cotação desde 24 de setembro.
Para sustentar os preços do petróleo, a Opep e seus aliados devem estender os cortes de produção até junho quando se reunirem no mês que vem, de acordo com fontes da organização.
O encontro da Opep, marcado para 5 de dezembro em sua sede em Viena, será seguido por negociações com um grupo de outros produtores de petróleo, liderados pela Rússia e conhecidos como Opep+. O atual pacto de restrição de oferta vale até março de 2020.
As fontes disseram à Reuters que um anúncio formal de cortes mais profundos é algo improvável por ora, embora uma mensagem de melhor conformidade às restrições já existentes possa ser transmitida ao mercado.
"Acho que o mercado está bastante conformado com o fato de que o crescimento econômico está desacelerando, assim como a taxa de crescimento da demanda por petróleo, na qual as estimativas têm sido revisadas para baixo constantemente... Grande parte desses fatores baixistas já foi precificada, então a reunião da Opep e as agitações no Iraque e no Irã estão se tornando o foco", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.
"O mercado está bem abastecido. Na minha opinião, isso provavelmente vai forçar produtores da Opep e de fora da Opep a estenderem seus cortes em 2020", acrescentou.
(Reportagem de Devika Krishna Kumar em Nova York, com reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin em Londres e Koustav Samanta em Cingapura)