Prêmio pela soja brasileira sobe 70% na semana após taxa da China contra EUA, diz Cepea

Publicado 07.03.2025, 16:58
Atualizado 07.03.2025, 17:01
© Reuters. Navio sendo carregado com soja no porto de Paranaguá (PR)n27/01/2025nREUTERS/Rodolfo Buhrer

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O prêmio pago pela soja no Brasil em relação aos contratos futuros da bolsa de Chicago subiram 70% na última semana, período marcado pelo anúncio de tarifas da China a produtos agrícolas dos Estados Unidos, de acordo com avaliação do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta sexta-feira.

No porto de Paranaguá (PR), uma das referências nacionais, o prêmio de exportação de soja está sendo ofertado em 85 centavos de dólar por bushel para embarque em março, o maior valor desde 2022, quando considerado o mesmo mês de embarque em período equivalente dos anos anteriores, afirmou o Cepea, da Esalq/USP.

Na semana passada, o prêmio estava sendo ofertado em 50 centavos de dólar/bushel.

"A maior demanda internacional pela soja brasileira está atrelada ao agravamento no conflito comercial entre os Estados Unidos e a China -- o governo chinês anunciou tarifas a produtos agropecuários norte-americanos; para a soja, a taxa adicional é de 10%", destacou o Cepea.

Especialistas comentaram ao longo da semana que a China deverá demandar mais mercadorias do agronegócio brasileiro, como soja, milho, algodão e carnes, com as tarifas acentuando uma migração da demanda, o que também pode impactar preços das matérias-primas e custos para as indústrias frigoríficas e compradoras de grãos no Brasil.

Em janeiro e fevereiro, a China já foi destino de 79% das exportações brasileiras de soja, versus 75% no mesmo período do ano passado, apontou na quinta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), citando uma menor demanda pelo produto dos EUA, principal concorrente do Brasil.

Com a expectativa de que a China, maior importador mundial, venha buscar mais produto do Brasil, os diferenciais estão positivos apesar do período de colheita, quando geralmente que tendem a ficar negativos devido ao aumento da oferta.

O Mato Grosso, que colhe mais de 25% da safra de soja do Brasil, está agora caminhando para o final da colheita, tirando o atraso inicial, informou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) nesta sexta-feira. O Estado já colheu mais de 90% da área cultivada.

No ano passado, os diferenciais da soja em Paranaguá estavam negativos nesta mesma época de colheita, em -35 centavos de dólar/bushel.

O centro de estudos da Esalq afirmou ainda que as negociações envolvendo soja do Brasil, maior produtor e exportador da oleaginosa, foram intensificadas nesta semana no mercado spot nacional, "influenciadas pelo crescimento na oferta e pela maior presença de compradores, sobretudo externos".

Na esteira dos prêmios mais altos, o preço FOB da soja em Paranaguá subiu 2,3% de 27 de fevereiro a 6 de março, passando para US$404,11/tonelada na quinta-feira, apontou o Cepea.

A alta no mercado spot nacional foi limitada pela desvalorização de 1,1% do dólar frente ao real, acrescentou o centro de estudos.

Na Bolsa de Chicago, o contrato março da soja se desvalorizou 0,9% de 27 de fevereiro a 6 de março, fechando a US$10,14/bushel na quinta-feira.

(Por Roberto Samora)

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