SÃO PAULO (Reuters) - A região centro-sul do Brasil, principal produtora de cana do país, produziu 1,137 milhão de toneladas de açúcar na segunda quinzena de novembro, queda de 17 por cento ante a primeira metade do mês passado, mas uma forte alta de 61 por cento em relação ao mesmo período de 2015, com usinas maximizando a produção do adoçante, com melhor remuneração que o etanol.
De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), divulgados nesta quarta-feira, o setor moeu 19,682 milhões de toneladas de cana na segunda metade de novembro, ante 21,76 milhões de toneladas na primeira parte do mês, em período em que as usinas aproximam-se do final da temporada de moagem de 2016/17.
Mas houve um crescimento de 4,5 por cento no processamento ante o mesmo período de 2015/16. Esse aumento na moagem ocorreu apesar de um maior número de unidades já ter encerrado a safra, cuja atividade começou mais cedo em 2016. Ao final de 2015, as usinas enfrentaram tempo chuvoso, o que atrapalhou os trabalhos.
A Unica disse que 165 usinas já finalizaram o processamento da safra deste ano, comparado com apenas 52 nesta época no ano passado.
Destas 165 unidades, 50 usinas encerraram as atividades na última metade de novembro nos seguintes Estados: quatro em Goiás, quatro em Mato Grosso, quatro em Minas Gerais, sete no Paraná e 31 em São Paulo.
Para a 1ª quinzena de dezembro, a Unica prevê que 47 usinas encerrem a moagem na safra 2016/2017.
Já a produção de etanol recuou 10,7 por cento na quinzena na comparação com o mesmo período da safra passada, para 789 milhões de litros --desse volume, 428 milhões de litros foram de hidratado.
Na mesma quinzena do ano passado, as usinas haviam destinado cerca de 67 por cento da cana para a produção de etanol, enquanto na safra atual o índice caiu para 52,7 por cento, com o restante sendo utilizado na produção de açúcar.
No acumulado da safra, a moagem de cana-de-açúcar atingiu 581,70 milhões de toneladas (alta de 3,87 por cento), com uma produção de 34,69 milhões de toneladas de açúcar (alta de 18 por cento) e 24,40 bilhões de litros de etanol (queda de 4,8 por cento).
Apesar do crescimento na moagem até o momento, a Unica estimou recentemente que a moagem na safra 2016/17 poderá ficar aquém do limite inferior de 605 milhões de toneladas divulgado pela associação na estimativa de safra em abril deste ano, com a produtividade afetada pela seca no Centro-Oeste, especialmente.
Na temporada passada, a moagem somou 617,7 milhões de toneladas.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Roberto Samora)