Por Noah Browning
LONDRES (Reuters) - O mundo deverá demandar muito pouco petróleo adicional da Opep neste ano, uma vez que uma produção em alta nos Estados Unidos irá compensar a queda nas exportações do Irã e da Venezuela, disse nesta quarta-feira a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
A IEA disse que a decisão de Washington de encerrar isenções temporárias de sanções que permitiam que alguns importadores continuassem a comprar petróleo do Irã ajudou a traçar um "panorama confuso sobre a oferta".
"No entanto, houve sinais claros, e na visão da IEA muito bem vindos, de outros produtores no sentido de que irão substituir os barris do Irã, ainda que gradualmente, em resposta a pedidos dos clientes", disse a agência com sede em Paris em seu relatório mensal.
"Há certamente oportunidade para outros produtores aumentarem a produção", disse a IEA, acrescentando que os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) produziram em abril cerca de 440 mil barris por dia (bpd) menos que o acertado no acordo de produção entre o grupo e aliados. A Arábia Saudita produziu 500 mil bpd abaixo de sua alocação.
A IEA disse que houve "uma modesta compensação das preocupações com a oferta pelo lado da demanda", uma vez que ela espera um crescimento na demanda global em 2019 de 1,3 milhão de bpd, ou 90 mil bpd abaixo do estimado anteriormente. Com isso, a demanda global por petróleo seria de em média 100,4 milhões de barris por dia em 2019--ultrapassando os 100 milhões de bpd pela primeira vez.
Mas a agência acrescentou que uma produção maior fora da Opep, especialmente nos EUA no segundo trimestre, deverá manter o mercado bem abastecido.
A produção de petróleo e condensados dos EUA deverá ter uma expansão de 1,7 milhão de bpd em 2019, com o petróleo respondendo por cerca de 1,2 milhão de bpd dessa alta, disse a IEA, destacando que a alta seria menor que em 2018, quando o crescimento no petróleo foi de 1,6 milhão de bpd.