(Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que é impossível para alguns países europeus abandonar rapidamente o petróleo russo, como a União Europeia está propondo.
Os membros da UE estão negociando a imposição de um embargo ao petróleo russo por causa da invasão da Ucrânia, mas as conversações fracassaram esta semana por causa de um veto da Hungria, que depende fortemente das importações de petróleo russo.
"Obviamente, alguns Estados da UE, em cujo balanço energético a parcela de hidrocarbonetos russos é especialmente elevada, não poderão fazer isso por muito tempo, se livrar do nosso petróleo", disse Putin.
Falando em uma reunião televisionada com autoridades do setor doméstico de petróleo e funcionários do governo, Putin também disse que as sanções ocidentais e um possível embargo ao petróleo russo haviam resultado em um aumento dos preços globais da commodity.
Ele disse que, ao abandonar o fornecimento de energia russo, a Europa arriscou pagar os preços de energia mais caros do mundo a longo prazo, enquanto a competitividade de sua indústria seria prejudicada.
Ele também afirmou que as sanções ocidentais haviam estimulado a inflação em toda a Europa.
A Rússia está enfrentando um declínio na produção de petróleo não visto desde o colapso da União Soviética por causa das sanções ocidentais, que complicam muito a venda do petróleo russo em todo o mundo.
"Há mudanças tectônicas no mercado de petróleo, e fazer negócios como antes, de acordo com o modelo antigo, parece improvável", disse Putin, acrescentando que era importante estabelecer uma cadeia completa do produtor ao comprador final.
Ele prometeu ajuda estatal para os produtores nacionais de petróleo, inclusive facilitando o acesso a empréstimos e seguros.
(Reportagem da Reuters)