Quebra de safra de café arábica no Brasil não deve ser tão grande, avalia illycaffè

Publicado 08.05.2025, 13:55
Atualizado 08.05.2025, 14:00
© Reuters. Café da Illy em Roma, Itália n03/05/2016nREUTERS/Alessandro Bianchi

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A queda esperada da safra de café arábica do Brasil em 2025 não deve ser tão grande, uma vez que chuvas em abril podem ter ajudado na recuperação dos frutos, ainda que a possibilidade de maior quantidade de grãos chochos deva ser observada, avaliaram nesta quinta-feira representantes da illycaffè, enquanto produtores se preparam para iniciar a colheita.

Para o presidente da illycaffè, Andrea Illy, a queda esperada na produção de arábica do maior produtor e exportador global não justifica o nível de preços altos em Nova York. Os valores atingiram máximas acima de US$4/libra-peso há alguns meses por conta da especulação, segundo ele.

"Difícil calcular (a quebra), mas não é grande... que justifique o nível de preços", afirmou Illy em coletiva de imprensa antes de evento da empresa que entrega um prêmio de qualidade a cafeicultores no Brasil, nesta quinta-feira.

"Esse preço de US$4 não é indicativo da oferta e demanda, é uma bola especulativa, que foi favorecida pela dupla seca no Vietnã e Brasil, que são os dois maiores produtores de café", afirmou.

O café arábica na bolsa ICE está cotado atualmente em torno de US$3,82/libra-peso.

Illy não falou sobre um percentual de quebra da safra brasileira. Nesta semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou sua projeção de colheita do arábica para 37 milhões de sacas de 60 kg, mas ainda vê uma queda anual de 6,6%.

O empresário disse esperar que o pico de preço do café já tenha passado, e avalia que safra de 2026 do Brasil tem condições de ser uma nova máxima histórica, se o clima favorecer.

Uma seca severa e prolongada no país em 2024 e alguns períodos secos no verão em 2025 reduziram o potencial produtivo, mas também houve meses com chuvas mais abundantes, como em abril e janeiro.

"Depois veio chuva (após tempo seco em fevereiro e parte de março), e esta chuva que veio de certa maneira recuperou... a perda, acho que não vai ser tão grande no meu modo de ver. Estou falando conjunturalmente", afirmou o diretor da Experimental Agrícola, Aldir Teixeira, da empresa que realiza compras de café para a illycaffè no Brasil

Ele acrescentou que sua avaliação é baseada também em informações de técnicos que a illycaffè tem em diferentes regiões do Brasil.

Teixeira comentou que as lavouras sofreram com um veranico, especialmente em fevereiro, que registrou "falta de água numa época importante do desenvolvimento" dos grãos, além de temperaturas elevadas.

"Depois as lavouras se recuperaram, mas o que não sabemos é o resultado disso no fruto, parece que deve haver uma porcentagem de café chocho e mal granados", afirmou.

"Nós só vamos ver isso na colheita, tem gente que fala até em 12% desse problema de grãos chochos, é um percentual de certa maneira alto...", afirmou, citando um problema de qualidade que deverá ser observado pela indústria.

Numa safra boa, acrescentou Teixeira, a quantidade de grãos chochos não chega a 1%, disse ele.

 

(Por Roberto Samora)

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