SÃO PAULO (Reuters) - O braço de energia do grupo Queiroz Galvão tem buscado um sócio estratégico para tocar investimentos focados em hidrelétricas e, principalmente, parques eólicos, em um portfólio que soma cerca de 670 megawatts (MW) de ambas as fontes já em operação e 415 MW eólicos em implementação no país.
Apesar de intensos rumores no mercado sobre a possibilidade de venda de ativos por empresas investigadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, o diretor de Engenharia da Queiroz Galvão Energia, Luciano Freire, disse que a busca de um sócio estava prevista desde a criação da empresa, em 2012, e não tem a ver com a citação da holding no inquérito.
"A estratégia, desde o início, era trazer um parceiro, um sócio que pudesse ajudar na alavancagem dos projetos, que são de capital intensivo. Isso sempre existiu e continua", disse à Reuters o executivo, que não deu um horizonte de tempo para que a operação seja fechada.
Os investimentos da Queiroz Galvão Energia somam cerca de 3,5 bilhões de reais somente em energia eólica, segmento no qual a empresa conseguiu viabilizar usinas tanto por meio de leilões regulados, organizados pelo governo, quanto com a venda da produção no mercado livre de energia, no qual grandes consumidores negociam contratos diretamente com geradores.
"São projetos excepcionais. No ano passado, de uma lista de cinco usinas mais produtivas divulgada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), quatro eram nossas", disse Freire.
De acordo com o diretor, cerca de 70 por cento da energia eólica foi comercializada no mercado livre, em contratos de 20 anos de duração com grandes empresas. Com isso, a Queiroz Galvão conseguiu financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mesmo para esses parques, uma operação não tão usual para o banco, que habitualmente concentra os empréstimos em projetos de leilões.
As eólicas da Queiroz Galvão estão nos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, somando cerca de 343 MW em operação, enquanto 415 MW em usinas no Piauí devem ser concluídas em dezembro de 2015 e dezembro de 2016.
A empresa possui ainda 650 MW em projetos passíveis de serem inscritos nos próximos leilões regulados a serem realizados pelo governo, embora a decisão de participar dos certames deste ano ainda não esteja fechada pela empresa.
(Por Luciano Costa)