SÃO PAULO (Reuters) - A exportação de milho do Brasil no acumulado do ano até 23 de novembro atingiu 36,7 milhões de toneladas e deverá avançar até o final de dezembro para cerca de 41 milhões de toneladas, fechando 2019 em novo recorde, afirmou nesta terça-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Os embarques do Brasil, segundo exportador global do cereal, deverão crescer cerca de 80% em 2019 na comparação com 2018, impulsionados por um câmbio favorável, uma safra recorde de cerca de 100 milhões de toneladas e bons preços no mercado internacional, após a colheita norte-americana sofrer perdas por problemas climáticos, disse à Reuters o assistente-executivo da Anec, Lucas de Brito.
O recorde anterior na exportação do Brasil havia sido visto em 2015, com 30,7 milhões de toneladas, segundo a Anec.
De acordo com Brito, há alguns operadores que falam em exportações de 42 milhões de toneladas de milho em 2019. Mas, segundo ele, a Anec avalia que "a janela está muito apertada" para tal volume. Além disso, os preços se firmaram no mercado à vista, limitando os embarques.
Ele disse que as exportações no início de 2020 dependerão do desempenho dos embarques até o final do ano. "Talvez fique um volume para ser embarcado no próximo ano."
SOJA EM QUEDA
Em um ambiente em que a China comprou mais soja dos Estados Unidos neste ano, apesar de ainda não existir uma resolução para a guerra comercial entre os países, os embarques da oleaginosa do Brasil, maior exportador global do produto, deverão somar 72 milhões de toneladas em 2019, ante um recorde de 82,8 milhões de toneladas em 2018, segundo os números da Anec.
"Está dentro do que esperávamos, ano passado teve mais exportação pela 'trade war' (guerra comercial), 10 milhões de toneladas a mais. Agora voltou para a normalidade... e a peste suína africana na China deu uma derrubada... mas está em níveis normais para o mercado chinês", declarou o executivo da Anec.
Segundo ele, "mantendo-se essa situação de 'trade war' entre China e EUA e estabilizando a situação da peste suína, a exportação de soja deve continuar no ritmo de normalidade em 2020".
"Tendo (perspectiva de) safra normal, vai ter crescimento natural que vinha tendo antes de 2018, que foi um ano fora da curva", comentou Brito, ressalvando que é difícil fazer previsões em meio à ocorrência da peste suína africana e também sem que haja uma certeza do que ocorrerá com a disputa tributária sino-americana.
No acumulado do ano até o último dia 23, a exportação de soja do Brasil atingiu 68,7 milhões de toneladas.
(Por Roberto Samora)