O preço do diesel no Brasil segue defasado em relação ao mercado internacional, apesar do aumento de 8,9% anunciado na segunda-feira, 9, pela Petrobras (SA:PETR4), informa a Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis (Abicom). A exceção é o mercado baiano, onde funciona a única refinaria privada de grande porte do País, a Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala.
Na Bahia, o diesel está acima da paridade internacional em 3%, abrindo espaço para importações. A Acelen aumentou o diesel no último sábado para até R$ 5,63, atingindo uma média de R$ 5,39 o litro, ou 9,7% acima do preço da Petrobras após o aumento de segunda-feira.
Já nos demais portos do País, que balizam os preços da Petrobras, a defasagem do diesel varia entre 10% e 11%, inviabilizando a importação por pequenos e médios produtores.
O risco dessa defasagem é reduzir a oferta de diesel no País, o que pode levar a novos aumentos ou mesmo racionamento em alguns postos de abastecimento mais afastados do centro de consumo. O Brasil importa cerca de 25% de todo diesel que consome.
Já a gasolina entra no 62º dia consecutivo sem reajuste, com defasagem de 12% no porto de Aratu, Bahia, e de 18% a 19% nos outros portos do País. Na média, a diferença entre o preço praticado internamente e no exterior é de 18%, enquanto a do diesel, de 8%.
Para equiparar os preços ao mercado internacional a Petrobras deveria elevar o diesel em R$ 0,45 por litro e a gasolina em R$ 0,83 por litro, segundo a Abicom.