RIO DE JANEIRO (Reuters) - Todas as refinarias da Petrobras (SA:PETR4) estão operando normalmente, mesmo com a greve em andamento, e a empresa tem estoques de combustíveis para "vários dias", o que afasta qualquer risco de desabastecimento, disse nesta terça-feira à Reuters uma fonte graduada da companhia, falando sob condição de anonimato.
A petroleira ainda avalia os impactos da greve à produção de petróleo, devendo divulgar um comunicado sobre o assunto até o fim do dia, disse a fonte, descartando que a redução de bombeamento de óleo chegue aos 25 por cento estimados por sindicalistas.
"A greve teve volume e o sindicato dos petroleiros é forte e tem capacidade de mobilização, não podemos negar... mas não acreditamos em um impacto de 25 por cento sobre a produção. Isso seria muito", afirmou a fonte.
"Isso representa parar 500 mil barris de produção ao dia. Não tem como. É muito alto, muita coisa. Ainda não temos o tamanho do impacto a produção, completou.
A greve iniciada na última quinta-feira ganhou força no domingo, com a adesão dos trabalhadores da Federação Única dos Petroleiros, que representa a maior parte da categoria.
A fonte admitiu que mobilização é mais forte nas plataformas de produção de petróleo, mas nada que tenha impacto relevante para a capacidade de abastecimento do mercado nacional de combustíveis.
"Quanto a isso, pode ficar tranquilo. Muito tranquilo. Há estoques para vários dias e não há risco de desabastecimento", afirmou a fonte à Reuters.
Segundo a fonte, as refinarias da empresa no país estão operando normalmente, com uma menor adesão à greve nas unidades produtoras de derivados.
"Nas refinarias, posso garantir que não houve nenhuma redução de carga, todas as plantas estão em operação e o impacto que existe é nas plataformas", disse ele, referindo-se às unidades produtoras de petróleo e gás.
Ainda assim, ressaltou a fonte, equipes de contingência da estatal estão atuando para minimizar as perdas de produção de petróleo. "É algo aqui ou ali. Não tem nada totalmente parado, o que há é redução de efetivo nas unidades."
Os diretores da Petrobras também mantêm contato permanente com suas equipes sobre a paralisação, e ao menos duas reuniões estavam programadas para acontecer nesta terça-feira.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Edição de Roberto Samora)